terça-feira, 9 de outubro de 2007

abram os olhos sutis para enchergar a grandiosidade da existencia que não está na matéria densa!

estou enviando este e-mail, pois realmente mostra o quanto o seticismo evolui em migalhas sugeridas de fontes desnutridas pelo espírito de luz. realmente é triste porém ao mesmo tempo me faz ver o quanto deus está fora da história material e sim na espiritual...as pessoas séticas que nunca sentiram a ação da luz nunca souberam que infelismente existem duas noções a espiritual que é veridica, fato, e a material que se assemelha a procurar na areia uma migalha de pão que caiu do pão de um pescador mirim e que se desmanchou na maré!...é o mesmo que ficar perguntando as pessoas que la se encontravam e que possa até ter visto a sena mas não dado a devida atenção... e que derrepente hoje em dia desesperadamente alguém ficasse perguntando para todas as pessoas que na praia vão: alguém sabe da existencia de um menino que pescava com pedaços de pão aqui na praia, já há 2000 anos atras? mas se a pessoa ver com a alma...perguntar na alma dela com o coração puro...saberá que la já esteve o menino...verá em outro tempo ilimitadamente todos e não somente este acontecimento envolvendo este menino...

gente, envio este e-mail com a unica finalidade de mostrar que Jesus não é simplesmente ou apenas um menino, e sim alguém que realmente existiu e que não precisou de rastro material nehum para continuar vivendo...não dependeu e nem depende de nehuma aprovação, de nehuma ciencia que comprovasse para existir, na verdade não é imaginação somente, nem fantasia de mente e sim apenas a existencia da luz...que não deixa rastro e sim efeitos, feitos!

se você não tivesse documentos, quem diria que você existiu um dia? mesmo se você tivesse feitos maravilhosos mas que comprometece os poderes ilusórios materiais, você acha que conseguiriam te rastrear materialmente falando? você não saberia disso e entraria em outro modo de observação tão grandioso e codificado para que somente os teus assim soubessem?

da mesma forma assim foi e é jesus!

abram os olhos sutis para enchergar a grandiosidade da existencia que não está na matéria densa!

aí vai a tranqueira:

o texto a seguir foi tirado, na integra de um grupo que possui mais de 500 pessoas inscritas, na espanha: http://groups.google.com.br/group/soc.culture.spain/ .

Traducao
O MITO DO JESUS HISTÓRICO

Muito interesse tem sido expresso nos media Judaicos acerca da actividade
dos
"Judeus por Jesus" e outras organizações missionárias que saem dos seus
limites
para converterem os Judeus ao Cristianismo. Infelizmente, muitos Judeus
estão
deficientemente equipados para fazerem face aos missionários Cristãos e aos
seus
argumentos. Espero que este artigo contribua para remediar esta situação.
Quando se se encontra com missionários Cristãos, é importante que baseemos
os
nossos argumentos em factos correctos. Argumentos baseados em factos
incorrectos
podem facilmente ser desmascarados e acabarem por fortalecer os argumentos
dos
missionários.
É pena que tantos bem intencionados professores de Estudos Judaicos tenham
inconscientemente ajudado os missionários, ensinando aos alunos Judeus
informações incorrectas acerca das origens do Cristianismo. Posso recordar a
história que me foi ensinada acerca de Jesus na escola Judaica que
frequentei:
"Jesus foi um rabi famoso do primeiro século, cujo nome Hebreu foi Rabbi
Yehoshua. O seu pai foi um carpinteiro chamado José e o nome da sua mãe era
Maria. Maria engravidou antes de ter casado com José. Jesus nasceu num
estábulo
em Belém durante um censos Romano. Jesus cresceu em Nazaré e tornou-se um
rabi
erudito. Viajou por todo o Israel pregando que as pessoas se deviam amar.
Algumas pessoas pensaram que ele era o Messias e ele não negou isso, o que
deixou os outros rabis muito zangados. Ele causou tanta controvérsia que o
Governador Romano Pôncio Pilatos o mandou crucificar. Foi enterrado num
túmulo,
e mais tarde o seu corpo foi dado como desaparecido, dado que provavelmente
teria sido roubado pelos seus discípulos."
Alguns anos depois de ter sido ensinado esta aparentemente inocente
história,
comecei a interessar-me pelas origens do Cristianismo e decidi ler algo mais
sobre o "famoso Rabbi Yehoshua". Para grande desânimo meu, descobri que não
havia qualquer evidência histórica deste Rabbi Yehoshua. A reivindicação de
que
Jesus foi um rabi chamado Yehoshua e a de que o seu corpo tinha sido
provavelmente roubado acabaram por se tornar puras conjecturas. O resto da
história não era mais que uma versão diluída da história que os Cristãos
acreditam ser parte da religião Cristã mas que não é suportada por nenhuma
fonte
histórica legítima. Não havia absolutamente nenhuma evidência histórica que
Jesus, José ou Maria tenham existido, já não mencionando que José tenha sido
carpinteiro ou que Jesus tenha nascido em Belém e vivido em Nazaré.
Apesar da falta de evidência da existência de Jesus, muitos Judeus fizeram o
trágico erro de assumir que a história do Novo Testamento era largamente
correcta e tenham tentado refutar o Cristianismo experimentando racionalizar
os
vários milagres que alegadamente ocorreram durante a vida de Jesus e após a
sua
morte. Numerosos livros foram escritos que tentam esta aproximação ao
Cristianismo. Esta aproximação, no entanto, é desesperadamente falhada e é,
de
facto, perigosa pois encoraja a crença no Novo Testamento.
Quando os Israelitas foram confrontados com a adoração de Baal, não
aceitaram
cegamente os antigos mitos Semíticos Ocidentais como História. Quando os
Macabeus foram confrontados com a religião Grega, eles não aceitaram
cegamente a
mitologia Grega como História. Porque é que tantos Judeus modernos aceitam
cegamente a mitologia Cristã? A resposta a esta questão parece ser que
muitos
Cristãos não sabem onde a distinção entre História estabelecida e crenças
Cristãs reside, tendo passado a confusão deles para a comunidade Judaica.
Passando uma vista de olhos pela secção de religião numa livraria local,
recentemente deparei com um livro que pretendia ser uma biografia objectiva
de
Jesus. Acabou por ser nada mais que um sumário da história usual do Novo
Testamento. Até incluía pretensões que os milagres de Jesus tinham sido
testemunhados mas que explicações racionais para eles poderiam existir.
Muitos
livros de História escritos pelos Cristãos têm uma aproximação similar.
Alguns
autores Cristãos sugerirão que talvez os milagres não sejam completamente
históricos, mas eles todavia seguem a história do Novo Testamento usual. A
ideia
de que havia um Jesus histórico real firmou-se tanto na sociedade Cristã que
os
Judeus que vivem no mundo Cristão começaram a aceitar cegamente esta crença
porque nunca a viram ser seriamente desafiada.
Apesar da difundida crença em Jesus, permanece o facto de que não existe um
Jesus histórico. Para se perceber o que se quer dizer com o "Jesus
histórico",
considere o Rei Midas da Mitologia Grega. A história em que o Rei Midas
transformava tudo o que tocava em ouro é claramente absurda, mas apesar
disto
sabemos que houve um verdadeiro Rei Midas. Arqueólogos escavaram o seu
túmulo e
encontraram os seus restos esqueléticos. Os Gregos que contaram a história
de
Midas e o seu toque dourado pretendiam claramente que o relacionassem com o
Midas real. Por isso, apesar da história do toque dourado ser ficcional, a
história é acerca de alguém cuja existência é dada como um facto - o "Midas
histórico". No caso de Jesus, no entanto, não há uma única pessoa cuja
existência seja um facto e que seja também objecto das histórias de Jesus,
isto
é, não há nenhum Jesus histórico.
Quando confrontados com um missionário Cristão, deve-se imediatamente
apontar
que a existência de Jesus não foi provada. Quando os missionários
argumentam,
usualmente apelam mais para as emoções do que para a razão, e tentarão que
fiques embaraçado ao negares a historicidade de Jesus. A resposta habitual é
qualquer coisa do género de "Negar a existência de Jesus não é tão tolo como
negar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel?". Uma variação
popular
desta resposta, usada especialmente contra os Judeus é "Negar a existência
de
Jesus não é como negar o Holocausto?". Deve-se então apontar que há amplas
fontes históricas a confirmar a existência de Júlio César, da Rainha Isabel
ou
de qualquer outro que for nomeado, enquanto que não existe evidência
correspondente para Jesus.
Para se ser perfeitamente directo, deve-se ter tempo para fazer alguma
investigação sobre as personagens históricas mencionadas pelos missionários
e
apresentar fortes evidências da sua existência. Ao mesmo tempo deve-se
desafiar
os missionários a mostrar evidência similar da existência de Jesus. Deve-se
apontar que embora a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, etc.
seja
universalmente aceite, o mesmo já não acontece com Jesus. No Extremo
Oriente,
onde as maiores religiões são o Budismo, o Xintoísmo, o Taoísmo e o
Confucionismo, Jesus é considerado como mais uma personagem da mitologia
religiosa ocidental, a par com Thor, Zeus e Osíris. A maioria dos Hindus não
acredita em Jesus, mas os que acreditam consideram que ele é uma das muitas
encarnações do deus Hindu Vishnu. Os muçulmanos certamente acreditam em
Jesus,
mas rejeitam a história do Novo Testamento e consideram que ele foi um
profeta
que anunciou a vinda de Maomé. Eles negam explicitamente que ele tenha sido
crucificado.
Em resumo, não há uma história de Jesus que seja uniformemente aceite pelo
mundo
inteiro. É este facto que põe Jesus num nível diferente para personalidades
históricas estabelecidas. Se os missionários usarem o "argumento
Holocausto",
deve-se apontar que o Holocausto está bem documentado e que existem
numerosos
relatos de testemunhas oculares. Deve-se apontar que a maior parte das
pessoas
que negam o Holocausto eram semeadores de ódio anti-semítico com credenciais
fraudulentas. Por outro lado, milhões de gente honesta na Ásia, que fazem a
maioria da população mundial, não conseguiram ser convencidos pela história
Cristã de Jesus na medida que não há nenhuma evidência constrangedora da sua
autenticidade. Os missionários insistirão que a história de Jesus é um facto
bem
estabelecido e irão argumentar que existem "bastantes evidências que
comprovam
isso". Deve-se então insistir em ver essa evidência e recusar-se a ouvir
enquanto eles não a apresentarem.
Se Jesus não foi uma personagem histórica, de onde veio toda a história do
Novo
Testamento em primeiro lugar? O nome Hebreu para os Cristãos sempre foi
Notzrim.
Este nome é derivado da palavra hebraica neitzer, que significa broto ou
rebento
" um claro símbolo Messiânico. Já havia pessoas chamadas Notzrim no tempo do
Rabbi Yehoshua ben Perachyah (c. 100 A.C.) Apesar de os modernos Cristãos
afirmarem que o Cristianismo só começou no primeiro século depois de Cristo,
é
claro que os Cristãos do primeiro século em Israel se consideravam como
sendo a
continuação do movimento Notzri, que existia à cerca de 150 anos. Um dos
mais
notáveis Notzrim foi Yeishu ben Pandeira, também conhecido como Yeishu
ha-Notzri. Os estudiosos do Talmude sempre mantiveram que a história de
Jesus
começou com Yeishu. O nome Hebreu para Jesus sempre foi Yeishu, e o Hebreu
para
"Jesus de Nazaré" sempre foi "Yeishu ha-Notzri" (o nome Yeishu é um
diminutivo
do nome Yeishua, e não de Yehoshua.) É importante notar que Yeishu ha-Notzri
não
é um Jesus histórico, uma vez que o Cristianismo moderno nega alguma conexão
entre Jesus e Yeishu e, além do mais, partes do mito de Jesus são baseadas
em
outras personagens históricas além de Yeishu.
Sabemos pouco sobre Yeishu ha-Notzri. Todos os trabalhos modernos que o
mencionam são baseados em informação retirada do Tosefta e do Baraitas -
escritos feitos ao mesmo tempo do Mishna mas não contidos neste. Porque a
informação histórica respeitante a Yeishu é tão danosa para o Cristianismo,
muitos autores Cristãos (e também muitos Judeus) tentaram desacreditar esta
informação e inventaram muitos argumentos engenhosos para a explicarem.
Muitos
dos seus argumentos são baseados em mal entendidos e citações erróneas do
Baraitas, e para se ter uma imagem exacta de Yeishu devem-se ignorar os
autores
Cristãos e examinar o Baraitas directamente.
A insuficiente informação contida no Baraitas é a seguinte: o Rabi Yehoshua
ben
Perachyah, num dado momento, repeliu Yeishu. As pessoas pensavam que Yeishu
era
um feiticeiro, considerando que ele tinha levado os Judeus a
desencaminharem-se.
Como resultado de acusações feitas contra ele (os detalhes das quais não são
conhecidos, mas provavelmente envolveriam alta traição), Yeishu foi
apedrejado e
o seu corpo foi pendurado na véspera da Passagem. Antes disto, ele foi
exibido
durante 40 dias com um arauto que ia à sua frente anunciando que ele iria
ser
apedrejado e chamando por gente para avançar e o defenderem. Todavia, nada
foi
trazido em seu favor. Yeishu tinha cinco discípulos: Mattai, Naqai, Neitzer,
Buni e Todah.
No Tosefta e no Baraitas, o nome do pai de Yeishu é Pandeira ou Panteiri.
Estes
são formas Hebreu-Aramaicas de um nome Grego. Em Hebreu, a terceira
consoante do
nome é escrito quer com um dalet, quer com um tet. Comparando com outras
palavras Gregas transliteradas para Hebreu mostra que o original Grego devia
ter
tido um delta como sua terceira consoante, e assim a única possibilidade
para o
nome Grego do pai é Panderos. Como os nomes Gregos eram comuns entre os
Judeus
durante a época dos Macabeus, não é necessário assumir que ele era Grego,
como
alguns autores fizeram.
A relação entre Yeishu e Jesus é corroborada pelo facto de que Mattai e
Todah,
os nomes de dois dos discípulos de Yeishu, serem as formas originais
hebraicas
de Mateus e Tadeu, nomes de dois dos discípulos de Jesus na mitologia
Cristã.
Os primeiros Cristãos estavam também cientes do nome "ben Pandeira" para
Jesus.
O filósofo pagão Celso, que foi famoso pelos seus argumentos contra o
Cristianismo, reivindicou em 178 d.C. que tinha ouvido a um Judeu que a mãe
de
Jesus, Maria, se tinha divorciado do seu marido, um carpinteiro, depois de
se
ter provado que ela era uma adúltera. Ela vagueou em vergonha e deu à luz
Jesus
em segredo. O seu verdadeiro pai era um soldado chamado Pantheras. De acordo
com
o escritor Cristão Epifânio (c. 315 - 403 d.C.), o apologista Cristão Origen
(c.
185 - 254 d.C) tinha afirmado que "Panther" era o apelido de Jacob, o pai de
José, o padrasto de Jesus. É de notar que a afirmação de Origen não é
baseada em
nenhuma informação histórica. É puramente uma conjectura cujo objectivo era
explicar a história de Pantheras de Celso. Essa história é também não
histórica.
A reivindicação de que o nome da mãe de Jesus era Maria e a pretensão de que
o
seu marido era um carpinteiro é tirada directamente das crenças Cristãs. A
afirmação de que o pai verdadeiro de Jesus se chamava Pantheras é baseada
numa
tentativa incorrecta de reconstruir a forma original de Pandeira. Esta
reconstrução incorrecta foi provavelmente influenciada pelo facto de o nome
Pantheras ser encontrado entre os soldados Romanos.
Porque é que as pessoas acreditavam que a mãe de Jesus se chamava Maria e o
seu
marido se chamava José? Porque é que os não Cristãos acusavam Maria de ser
uma
adúltera enquanto que os Cristãos acreditavam que ela era virgem? Para
responder
a essas questões ter-se-á de examinar algumas das lendas à volta de Yeishu.
Não
se pode esperar obter a verdade absoluta sobre as origens do mito de Jesus,
mas
podemos mostrar que existem alternativas razoáveis para a aceitação cega do
Novo
Testamento.
O nome José para o nome do padrasto de Jesus é fácil de explicar. O
movimento
Notzri era particularmente popular entre os Judeus Samaritanos. Enquanto que
os
Fariseus estavam à espera de um Messias que seria um descendente de David,
os
Samaritanos queriam um Messias que viesse restaurar o reino nortenho de
Israel.
Os Samaritanos enfatizavam a sua descendência parcial das tribos de Efraim e
Manassés, que descendiam do José da Tora. Os Samaritanos consideravam-se
como
sendo "Bnei Yoseph", i.e., "filhos de José", e como acreditavam que Jesus
tinha
sido o seu Messias, teriam assumido que era um "filho de José". A população
de
língua Grega, que tinha pouco conhecimento de Hebreu e das verdadeiras
tradições
Judaicas, poderia facilmente ter mal entendido este termo e presumir que
José
era o nome verdadeiro do pai de Jesus. Esta conjectura é corroborada pelo
facto
que de acordo com o Evangelho segundo S. Mateus, o pai de José se chama
Jacob,
tal como o do José da Tora. Mais tarde, outros Cristãos que seguiam a ideia
de
que o Messias seria um descendente de David, tentaram seguir o curso de José
até
David. Chegaram a duas genealogias contraditórias para ele, uma registrada
no
Evangelho segundo S. Mateus e a outra no Evangelho segundo S. Lucas. Quando
a
ideia de que Maria era virgem desenvolveu, o mítico José foi relegado para a
posição de ser simplesmente o seu marido e o padrasto de Jesus.
Para se perceber de onde a história de Maria veio, teremos que nos virar
para
outra personagem histórica que contribuiu para o mito de Jesus, e que é ben
Stada. Toda a informação que temos sobre ben Stada advém novamente do
Tosefta e
do Baraitas. Há ainda menos informação sobre ele do que sobre Yeishu.
Algumas
pessoas acreditavam que ele tinha trazido encantamentos do Egipto num corte
da
sua carne, outros pensavam que ele era um louco. Ele era um trapaceiro e foi
apanhado pelo método da testemunha escondida, sendo apedrejado em Lod.
No Tosefta, ben Stada é chamado ben Sotera ou ben Sitera. Sotera parece ser
a
forma Hebreu-Aramaica do nome Grego Soteros. As formas "Sitera" e "Stada"
parecem ter surgido como más interpretações e erros de soletração ( yod
substituindo vav e o dalet a substituir reish ).
Como havia tão pouca informação acerca de ben Stada, muitas conjecturas
surgiram
sobre quem ele era. É conhecido da Gemara que ele era confundido com Yeishu.
Isto provavelmente resultou do facto de que ambos foram executados por
ensinamentos traidores e estarem associados à feitiçaria. As pessoas que
confundiam ben Stada com Yeishu tiveram que explicar o porquê dele também
ser
chamado ben Pandeira. Como o nome "Stada" se parece com a expressão aramaica
"stat da", que significa "ela desencaminhou-se", pensou-se que "Stada" se
referia à mãe de Yeishu e que ela era uma adúltera. Consequentemente, as
pessoas
começaram a pensar que Yeishu era o filho ilegítimo de Pandeira. Estas
ideias
são de facto mencionadas na Gemara e são provavelmente mais antigas. Como
ben
Stada viveu nos tempos Romanos e o nome Pandeira se assemelhava com o nome
Pantheras encontrado entre os soldados Romanos, assumiu-se que Pandeira
tinha
sido um soldado Romano estacionado em Israel. Isto certamente explica a
história
mencionada por Celso.
O Tosefta menciona um caso famoso de uma mulher chamada Miriam bat Bilgah
que
casou com um soldado Romano. A ideia de que Yeishu tinha nascido de uma
mulher
judia que tinha tido um caso com um soldado Romano provavelmente resultou da
confusão entre a mãe de Yeishu e esta Míriam. O nome "Míriam" é, claro, a
forma
original do nome "Maria". É de facto conhecido através do Gemara que algumas
das
pessoas que confundiam Yeishu com ben Stadta acreditavam que a mãe de Yeishu
era
"Míriam, a cabeleireira de mulheres".
A história de que Maria (Míriam), mãe de Jesus, era uma adúltera, era
certamente
não aceitável para os primeiros Cristãos. A história da virgem que deu à luz
foi
provavelmente inventado para limpar o nome de Maria. Os primeiros Cristãos
não
inventaram isto do nada. Histórias de virgens que davam à luz eram comuns
nos
mitos pagãos. As seguintes personagens mitológicas eram tidas como nascidas
de
virgens fecundadas divinamente: Rómulo e Remo, Perseu, Zoroastro, Mitra,
Osíris-Aion, Agdistis, Attis, Tammuz, Adónis, Korybas, Dioniso. As crenças
pagãs
em uniões entre deuses e mulheres, não considerando se elas eram virgens ou
não,
é ainda mais comum. Acreditava-se que muitas personagens da mitologia pagã
eram
filhas de pais divinos e mães humanas. A crença Cristã de que Jesus era o
filho
de Deus nascido de uma virgem é típica de uma superstição Greco-Romana. O
filósofo Judeu Phílon de Alexandria (c. 25 A.C. - 50 D.C.), avisou contra a
superstição bastante espalhada da crença de uniões entre homens deuses e
mulheres humanas que retornavam a mulher a um estado de virgindade.
O deus Tammuz, adorado pelos pagãos no norte de Israel, era dado como
nascido da
virgem Myrrha. O nome Myrrha assemelha-se superficialmente a "Maria/Míriam",
e é
possível que esta particular história de uma virgem que deu à luz tenha
influenciado a história de Maria mais que as outras. Tal como Jesus, Tammuz
foi
sempre chamado Adon, que significa "Senhor" (A personagem Adónis da
mitologia
Grega é baseada em Tammuz.) Como veremos mais tarde, a relação entre Jesus e
Tammuz vai mais longe que isto.
A ideia de que Maria tinha sido uma adúltera nunca desapareceu completamente
na
mitologia Cristã. Em vez disso, a personagem de Maria foi dividida em duas:
Maria, a mãe de Jesus, que se acreditava ser uma virgem, e Maria Magdalena,
que
se acreditava ser uma mulher de má fama. A ideia de que a personagem de
Maria
Madalena é também derivada de Míriam, a mítica mãe de Yeishu, é corroborado
pelo
facto de o estranho nome "Magdalena" se assemelhar claramente ao termo
aramaico
"mgadala nshaya", que significa "cabeleireira de mulheres". Como se
mencionou
anteriormente, acreditava-se que a mãe de Yeishu era "Míriam, a cabeleireira
de
mulheres". Porque os Cristãos não sabiam o que o nome "Magdalena"
significava,
mais tarde conjecturaram que isso significava que ela tinha vindo de um
lugar
chamado Magdala, a oeste do lago Kinneret. A ideia das duas Marias assentava
bem
na forma pagã de pensamento. A imagem de Jesus sendo seguido pelas duas
Marias
lembra bastante Dioniso sendo seguido por Deméter e Perséfone.
A Gemara contém uma lenda interessante acerca de Yeishu, que tenta ilucidar
o
Beraitas, que diz que o Rabi Yehoshua ben Perachyah repeliu Yeishu. A lenda
afirma que quando o rei Asmoneu Alexandre Janeus estava a matar os Fariseus,
o
Rabi Yehoshua e Yeishu fugiram para o Egipto. Quando voltaram, chegaram a
uma
estalagem. A palavra aramaica "aksanya" tanto significa "estalagem" como
"estalajadeiro(a)". O Rabi Yehoshua observou o quão bela a "arksanya" era
(referindo-se à estalagem.) Yeishu (referindo-se à estalajadeira) replicou
que
os olhos dela eram muito estreitos. O Rabi Yehoshua zangou-se bastante com
Yeishu e excomungou-o. Yeishu pediu que o perdoasse muitas vezes, mas o Rabi
Yehoshua não o perdoava. Uma vez, quando o Rabi Yehoshua estava a recitar a
Shema, Yeihsu veio ter com ele. O Rabi fez-lhe um sinal de que devia
esperar.
Yeishu não entendeu e pensou que estava a ser rejeitado novamente. Ele
zombou do
Rabi Yehoshua fazendo um tijolo e adorando-o. O Rabi Yehoshua disse-lhe para
ele
se arrepender mas ele recusou, dizendo que tinha aprendido com ele que a
alguém
que peca e leva muitos a pecar não é dada a oportunidade de se arrepender.
Esta história, que começa com os eventos da estalagem, é bastante semelhante
com
outra lenda em que o protagonista não é o Rabi Yehoshua mas o seu discípulo
Yehuda ben Tabbai. Nesta lenda, Yeishu não é nomeado. Pode-se então
questionar
se Yeishu foi realmente ao Egipto ou não. É possível que Yeishu tenha sido
confundido com algum outro discípulo do Rabi Yehoshua ou do Rabi Yehuda. A
confusão pode ter resultado de Yeishu ser confundido com ben Stada, que
tinha
regressado do Egipto. Por outro lado, Yeishu poderia ter mesmo fugido para o
Egipto e regressado, e isto, por seu turno, poderia ter contribuído para a
confusão entre Yeishu e ben Stada. Qualquer que seja o caso, a crença que
Yeishu
tenha fugido para o Egipto para escapar à matança de um rei cruel parece ser
a
origem da crença Cristã de que Jesus e a sua família fugiram para o Egipto
para
escapar ao Rei Herodes.
Como os primeiros Cristãos acreditavam que Jesus tinha vivido nos tempos
Romanos
é natural que tenham confundido o rei cruel que tinha querido matar Jesus
com
Herodes, pois não havia outros reis cruéis adequados durante o período
Romano.
Yeishu era adulto no tempo em que os Rabis fugiram de Alexandre Janeus;
porque é
que os Cristãos acreditavam que Jesus e a sua família tinham fugido para o
Egipto quando Jesus era infante? Porque é que os Cristãos acreditavam que o
rei
Herodes tinha ordenado que todos os bebés nascidos em Belém fossem mortos,
quando não há evidência histórica disso? Para responder a estas questões
temos
novamente que recorrer à mitologia pagã.
O tema de uma criança divina ou semidivina que é temida por um rei cruel é
muito
comum na mitologia pagã. A história usual é que o rei cruel recebe uma
profecia
de que uma certa criança vai nascer e vai usurpar o trono. Em algumas
histórias
a criança é nascida de uma virgem e usualmente é filho de um deus. A mãe da
criança tenta escondê-lo. O rei normalmente ordena a matança de todos os
bebés
que possam ser o profetizado rei. Exemplos de mitos que seguem este enredo
são
as histórias de nascimento de Rómulo e Remo, Perseu, Krishna, Zeus e Édipo.
Apesar de os literalistas da Tora não gostarem de o admitir, a história do
nascimento de Moisés também se assemelha à destes mitos (alguns dos quais
afirmam que a mãe pôs a criança num cesto e o colocou num rio.) Existiam
provavelmente várias histórias destas a circular no Levante que se perderam.
O
mito Cristão da matança dos inocentes por Herodes é simplesmente uma versão
Cristã deste tema. O enredo era tão conhecido que um sábio Midrashic não
resistiu a usá-lo para um relato apócrifa do nascimento de Abraão.
Os primeiros Cristãos acreditavam que o Messias iria nascer em Belém. Esta
crença é baseada numa má interpretação de Miquéias_5.2, que simplesmente
nomeia
Belém como a cidade onde a linhagem Davidiana começou. Como os primeiros
Cristãos acreditavam que Jesus era o Messias, eles automaticamente
acreditaram
que ele tinha nascido em Belém. Mas porque é que os Cristãos acreditavam que
ele
tinha vivido em Nazaré? A resposta é bem simples. Os primeiros Cristãos de
língua Grega não sabiam o que a palavra "Nazareno" significava. A forma
primitiva Grega desta palavra é "Nazoraios", que deriva de "Natzoriya", o
equivalente aramaico do Hebreu "Notzri" (lembre-se que "Yeishu ha-Notzri" é
o
original Hebreu para "Jesus, o Nazareno".) Os primeiros Cristãos
conjecturaram
que "Nazareno" significava uma pessoa de Nazaré, e assim assumiu-se que
Jesus
tinha vivido em Nazaré. Ainda hoje, os Cristãos alegremente confundem as
palavras hebraicas "Notzri" (Nazareno, Cristão), "Natzrati" (Nazareno,
natural
de Nazaré) e "nazir" (nazarite), todas as quais têm significados
completamente
diferentes.
A informação no Talmude (que contém o Baraitas e o Gemara) acerca de Yeishu
e
ben Stada é tão danosa para o Cristianismo que os Cristãos sempre tomaram
medidas drásticas contra ela. Quando os Cristãos primeiro descobriram a
informação, tentaram imediatamente apagá-la censurando o Talmude. A edição
de
Basileia do Talmude (c. 1578 - 1580) tinha todas as passagens relacionadas
com
Yeishu e ben Stada apagadas pelos Cristãos. Ainda hoje, as edições do
Talmude
usadas pelos escolares Cristãos não têm estas passagens!
Durante as primeiras décadas deste século, ferozes batalhas académicas
irromperam violentamente entre escolares Cristãos e Ateus acerca das
verdadeiras
origens do Cristianismo. Os Cristãos foram forçados a enfrentarem a
evidência
Talmudica. Não podiam ignorar mais isso e assim, em vez disso, decidiram
atacá-lo. Afirmaram que o Yeishu Talmudico era uma distorção do "Jesus
histórico". Afirmaram que o nome "Pandeira" era simplesmente uma tentativa
hebraica para pronunciar a palavra Grega para virgem - "parthenos". Apesar
de
haver uma parecença superficial entre as palavras, temos de notar que para
"Pandeira" derivar de "parthenos", o "n" e o "r" têm de trocar de posições.
No
entanto, os Judeus não sofriam de nenhum impedimento linguístico que
causasse
isto! A resposta Cristã é que possivelmente os Judeus alteram
propositadamente a
palavra "parthenos" para os nomes "Pantheras" (encontrado na história de
Celso)
ou para "pantheros", que significa pantera, e "Pandeira" é derivado da
palavra
deliberadamente alterada. Este argumento também falha, pois a terceira
consoante
da palavra "parthenos" alterada e inalterada é theta. Esta letra é sempre
transliterada pela letra hebraica taw, cuja pronunciação durante os tempos
clássicos muito se assemelhava a essa letra Grega. Contudo, o nome
"Pandeira"
nunca é soletrado com um taw, mas com um dalet ou um tet, o que mostra que a
forma original Grega tinha um delta como sua terceira consoante, e não um
theta.
O argumento Cristão pode-se também voltar contra si: talvez os Cristãos
deliberadamente alterassem "Pantheras" para "parthenos" quando inventaram a
história da virgem que deu à luz. Também é de notar que a semelhança entre
"Pantheras" (ou "pantheros") é muito menor quando escrita em Grego, pois na
formação original Grega as suas segundas vogais são completamente
diferentes.
Os Cristãos também não aceitaram que Maria Magdalena estivesse ligada a
Miriam,
a alegada mãe de Yeishu no Talmude. Eles argumentaram que o nome "Magdalena"
significa uma pessoa de Magdala e que os Judeus inventaram "Miriam, a
cabeleireira de mulheres" (mgdala nshaya) ou para zombar dos Cristãos, ou
porque
eles próprios se equivocaram quanto ao nome "Magdalena". Este argumento
também é
falso. Primeiramente, ignora a gramática Grega: o Grego correcto para "de
Magdala" é "Magdales", e o Grego correcto para uma pessoa de Magdala é
"Magdalaios". A raiz Grega original para "Magdalena" é "Magdalen-", com um
"n"
distinto mostrando que a palavra não tem nada a ver com Magdala. Em segundo
lugar, Magdala só obteve o seu nome após os Evangelhos terem sido escritos.
Antes disso era chamada Magadan ou Dalmanutha (apesar de "Magadan" ter um
"n",
falta-lhe o "l", e portanto não pode ser a derivação de "Magdalena".) De
facto,
a comunidade Cristã alterou o nome para Magdala às ruínas desta área porque
acreditavam que Maria Magdalena tinha vindo de lá.
Os Cristãos também afirmam que a palavra "Notzri" significa uma pessoa de
Nazaré. Isto é, claro, falso, pois a palavra hebraica para Nazaré é
"Natzrat" e
uma pessoa de Nazaré é uma "Natzrati". O nome "Notzri" não tem a letra taw
de
"Natzrat", e assim não pode derivar daí. Os Cristãos argumentam que talvez o
nome aramaico para Nazaré fosse "Natzarah" ou "Natzirah" (como o moderno
nome
árabe), o que explica o taw que falta em "Notzri". Isto também não tem senso
pois a palavra aramaica para alguém da Nazaré seria "Natzaratiya" ou
"Natziratyia" (com um taw, pois a terminação feminina "-ah" tornar-se-ia
"-at-"
quando o sufixo "-yia" é adicionado), e além do mais, a forma aramaica não
seria
usada em Hebreu. Os Cristãos também apareceram com outros argumentos
variados
que podem ser desmascarados uma vez que eles confundem as palavras hebraicas
"Notzri" e "nazir", ou ignoram o facto de que "Notzri" é a primitiva forma
da
palavra "Nazareno".
Para resumir, todos os argumentos Cristãos foram baseados em mudanças
fonéticas
e formas gramaticais impossíveis, e foram, consequentemente,
desmistificadas.
Além do mais, apesar das lendas na Gemara não possam ser tidas como factos,
a
evidência no Baraitas e no Tosefta respeitante a Yeishu pode levar-nos atrás
directamente até Yehoshua ben Perachyah, Shimon ben Shetach e Yehuda ben
Tabbai,
enquanto que a evidência no Baraitas e no Tosefta respeitante a ben Stada
leva-nos até ao Rabi Eliezer ben Hyrcanus e seus discípulos, que foram
contemporâneos de ben Stada. Consequentemente, esta evidência pode ser
encarada
como historicamente certa. Por esta razão os Cristãos modernos não mais
atacam o
Talmude, mas em vez disso negam qualquer relação entre Jesus e Yeishu ou ben
Stada. Eles desmistificam as similaridades como puras coincidências. No
entanto,
ainda tem de se estar atento aos falsos ataques contra o Talmude pois muitos
livros Cristãos ainda os mencionam e podem ressurgir de tempos em tempos.
Muitas partes da história de Jesus não são baseadas em Yeishu ou ben Stada.
A
maior parte das denominações Cristãs afirma que Jesus nasceu a 25 de
Dezembro.
Originalmente, os Cristãos orientais acreditavam que ele tinha nascido a 6
de
Janeiro. Os Cristãos arménios ainda seguem esta primitiva crença enquanto
que
muitos Cristãos consideram que essa é a data da visita dos Magos. Como já
foi
apontado anteriormente, Jesus foi provavelmente confundido com Tammuz,
nascido
da virgem Myrrha. Sabe-se que nos tempos Romanos os deuses Tammuz, Aion e
Osíris
eram identificados. Dizia-se que Osíris-Aion tinha nascido da virgem Geb a 6
de
Janeiro, e isto explica a data primitiva para o Natal. Geb era, às vezes,
representada como uma vaca sagrada e o seu templo era um estábulo, que é
provavelmente a origem da crença Cristã de que Jesus nasceu num estábulo.
Embora
alguns possam pensar que esta afirmação é forçada, é tido como um facto que
algumas facções primitivas Cristãs consideravam Jesus e Osíris nos seus
escritos. A data de 25 de Dezembro para o Natal era originalmente a data
pagã do
aniversário do deus sol, cujo dia da semana é ainda conhecido como Sun_day.
O
halo de luz que é usualmente mostrado à volta da face de Jesus e dos santos
Cristãos é outro conceito tirado do deus sol.
O tema da tentação por uma criatura diabólica também é encontrado na
mitologia
pagã. A história da tentação de Jesus por Satã, em particular, parece-se com
a
tentação de Osíris pelo deus diabólico Set na mitologia egípcia.
Já tínhamos sugerido que havia uma relação entre Jesus e o deus pagão
Dioniso.
Como Dioniso, o infante Jesus foi posto com fraldas e colocado numa
manjedoura;
como Dioniso, Jesus podia tornar água em vinho; como Dioniso, Jesus viajou
de
burro e deu de comer a uma multidão num ermo; como Dioniso, Jesus sofreu e
foi
objecto de escárnio. Alguns primitivos Cristãos afirmavam que Jesus tinha de
facto nascido, não num estábulo, mas numa caverna - como Dioniso.
De onde é que a história de que Jesus foi crucificado veio? Parece ter
resultado
de várias origens. Em primeiro lugar, houve três personagens históricas
durante
o período Romano que as pessoas pensavam ser o Messias e que foram
crucificadas
pelos Romanos, a saber, Yehuda da Galileia (6 D.C.), Theudas (44 D.C.) e
Benjamim, o Egípcio (60 D.C.). Dado que se pensava que estas três pessoas
eram o
Messias, elas foram naturalmente confundidas com Yeishu e ben Stada. Yehuda
da
Galileia tinha pregado na Galileia e tinha arranjado muitos seguidores antes
de
ser crucificado pelos Romanos. A história do ministério de Jesus na Galileia
parece ter sido baseada na vida de Yehuda da Galileia. Esta história e a
crença
de que Jesus viveu em Nazaré na Galileia reforçaram-se mutuamente. A crença
de
que alguns dos discípulos de Jesus foram mortos em 44 D.C. por Agripa parece
ser
baseado no destino dos discípulos de Theuda. Dado que ben Stada tinha vindo
do
Egipto é natural que ele tenha sido confundido com Benjamim, o Egípcio. Eles
foram também, provavelmente, contemporâneos. Alguns escritores modernos até
sugeriram que eles foram a mesma pessoa, apesar disso não ser possível pois
as
histórias das suas mortes são completamente diferentes. Nos Actos dos
Apóstolos
do Novo Testamento, que usa o livro de Flávio Josefo "Antiguidades Judaicas"
(93
" 94 D.C.) como referência, é deixado claro que o autor considerou Jesus,
Yehuda
da Galileia, Theudas e Benjamim, o Egípcio como quatro pessoas diferentes.
No
entanto, naquela altura já era muito tarde para anular as confusões que já
tinham acontecido antes do Novo Testamento ter sido escrito, e a ideia da
crucificação de Jesus tinha-se tornado uma parte integral do mito.
Em segundo lugar, surgiu a ideia de que Jesus tinha sido executado na
véspera da
Passagem. Esta crença é aparentemente baseada na execução de Yeishu. A
Passagem
ocorre aquando do Equinócio da Primavera, um evento considerado importante
pelos
astrólogos durante o Império Romano. Os astrólogos pensavam nesta época como
a
época do cruzamento de dois círculos celestes astrológicos, e este evento
era
simbolizado por uma cruz. Deste modo, acreditava-se que Jesus tinha morrido
"na
cruz". O mau entendimento deste termo por aqueles que não eram iniciados nos
cultos astrológicos foi outro factor que contribuiu para a crença de que
Jesus
tenha sido crucificado. Num dos primeiros documentos Cristãos (os
"Ensinamento
dos Doze Apóstolos"), não há menção de Jesus ter sido crucificado, e o sinal
de
uma cruz no céu é usado para representar a chegada de Jesus. É de notar que
o
centro da superstição astrológica no Império Romano foi a cidade de Tarso na
Ásia Menor - o lugar de onde o lendário missionário S. Paulo veio. A ideia
de
que uma estrela especial tenha anunciado o nascimento de Jesus e que um
eclipse
solar tenha ocorrido na sua morte é típica da superstição astrológica
Tarsiana.
O terceiro factor que contribuiu para a história da crucificação é, outra
vez, a
mitologia pagã. O tema de uma divindade ou semi-divindade sendo sacrificada
contra uma árvore, poste ou cruz, e depois ressuscitando, é muito comum na
mitologia pagã. Foi encontrado nas mitologias de todas as civilizações
ocidentais, estendendo-se desde um extremo oeste como a Irlanda até um
extremo
este como a Índia. Em particular, é encontrado nas mitologias de Osíris e
Attis,
ambos os quais eram muitas vezes identificados com Tammuz. Osíris acabou com
os
seus braços esticados numa árvore tal como Jesus na cruz. Esta árvore era,
às
vezes, mostrada como um poste com dois braços esticados - o mesmo aspecto da
cruz Cristã. Na adoração de Serapis (uma composição de Osíris e Apis), a
cruz
era um símbolo religioso. De facto, o símbolo da "cruz Latina" Cristã parece
ser
baseado directamente no símbolo da cruz de Osíris e Serapis. Os Romanos
nunca
usaram esta cruz tradicional Cristã para as crucificações, eles usavam
cruzes
com a forma de um X ou de um T. O hieróglifo de uma cruz numa colina era
associada a Osíris. Este hieróglifo representava o "Good One", em Grego
"Chrestos", um nome aplicado a Osíris e outros deuses pagãos. A confusão
deste
nome com "Christos" (= Messias, Cristo) reforçou a confusão entre Jesus e os
deuses pagãos.
No equinócio da Primavera, os pagãos do norte de Israel celebravam a morte e
ressurreição de Tammuz-Osíris, nascido de uma virgem. Na Ásia Menor (onde as
primeiras igrejas Cristãs se estabeleceram), uma celebração similar era
feita
para Attis, também nascido de uma virgem. Attis era mostrado como morrendo
contra uma árvore, sendo enterrado numa gruta e depois ressuscitando ao
terceiro
dia. Agora se vê de onde a história da ressurreição de Jesus veio. Na
adoração
de Baal, acreditava-se que Baal tinha enganado Mavet (o deus da morte)
aquando
do equinócio da Primavera. Ele fez-se passar por morto e depois apareceu
vivo.
Ele teve sucesso neste ardil dando o seu único filho como sacrifício.
A ocorrência da Passagem na mesma época do ano que as "Páscoas" pagãs não é
coincidência. Muitos dos costumes da Pessach foram designados como
alternativas
Judaicas aos costumes pagãos. Os pagãos acreditavam que quando o seu deus da
natureza (como Tammuz, Osíris ou Attis) morria e ressuscitava, a sua vida ia
para as plantas usadas pelo homem como comida. O matza feito da colheita da
Primavera era o seu novo corpo e o vinho das uvas era o seu novo sangue. No
Judaísmo, o matza não era usado para representar o corpo de um deus, mas o
pão
de homem pobre que os Judeus comeram antes de saírem do Egipto. Os pagãos
usavam
o sacrifício pascal para representar o sacrifício de um deus ou do seu filho
único, mas o Judaísmo usou-o para representar a refeição comida antes de
saírem
do Egipto. Em vez de contarem histórias de Baal a sacrificar o seu filho
varão a
Mavet, os Judeus contavam como o mal'ach ha-mavet (o anjo da morte) matou os
filhos varões dos Egípcios. Os pagãos comiam ovos para representar a
ressurreição e renascimento do seu deus da natureza, mas o ovo no seder
representa o renascimento do povo Judeu ao escapar do cativeiro no Egipto.
Quando os primeiros Cristãos se deram conta das similaridades entre os
costumes
da Pessach e os costumes pagãos, eles deram a volta completa e converteram
os
costumes da Pessach de volta às suas velhas interpretações pagãs. A seder
tornou-se a última ceia de Jesus, similar à última ceia de Osíris,
comemorada no
equinócio da Primavera. O matza e o vinho tornaram-se novamente no corpo e
sangue de um falso deus, desta vez Jesus. Os ovos da Páscoa são novamente
comidos para comemorar a ressurreição de um "deus" e também o "renascimento"
obtido pela aceitação do seu sacrifício na cruz.
O mito da última ceia é particularmente interessante. Como foi mencionado, a
ideia básica da última ceia ocorrer no equinócio vernal vem da história da
última ceia de Osíris. Na história Cristã, Jesus está presente com doze
apóstolos. De onde é que a história dos doze apóstolos veio? Parece que na
primeira versão a história era entendida como uma alegoria. A primeira vez
que
doze apóstolos são mencionados é no documento conhecido como "Ensinamentos
dos
Doze Apóstolos". Este documento aparentemente teve origem num documento
sectário
Judeu escrito no primeiro século D.C., mas foi adoptado pelos Cristãos, que
o
alteraram substancialmente e adicionaram-lhe ideias Cristãs. Nas primeiras
versões é claro que os "doze apóstolos" são os doze filhos de Jacob
representando as doze tribos de Israel. Os Cristãos, mais tarde,
consideraram os
"doze apóstolos" como sendo alegóricos discípulos de Jesus.
Na mitologia egípcia, Osíris foi traído na sua última ceia pelo deus
diabólico
Set, que os Gregos identificavam como Typhon. Esta parece ser a origem da
ideia
de que o traidor de Jesus estava presente na sua última ceia. A ideia de que
este traidor se chamava "Judas" vem do tempo em que os doze apóstolos eram
ainda
entendidos como sendo os filhos de Jacob. A ideia de Judas (= Judah, Yehuda)
traindo Jesus (o "filho" de José) é uma forte reminiscência da história do
José
da Tora sendo traído pelos seus irmãos com Yehuda como líder da traição.
Esta
alegoria seria particularmente apelativa para os Samaritanos Notzrim, que se
consideravam filhos de José, traídos pelos Judeus ortodoxos (representados
por
Judas/Yehuda.)
No entanto, a história dos doze apóstolos perdeu a sua interpretação
alegórica
original, e os Cristãos começaram a pensar que os "doze apóstolos" eram doze
pessoas reais que seguiram Jesus. Os Cristãos tentaram encontrar nomes para
estes doze apóstolos. Mateus e Tadeu foram baseados em Mattai e Todah, dois
dos
discípulos de Yeishu. Um ou os dois apóstolos chamados Jacobus (Tiago) é
possivelmente baseado no Jacob de Kfar Sekanya, um primitivo Cristão
conhecido
do rabi Eliezer ben Hyrcanus, mas isto é apenas uma suposição. Como já
vimos, a
personagem de Judas é maioritariamente baseado no Judah da Tora, mas poderá
haver também uma ligação com um contemporâneo de Yeishu, Yehuda ben Tabbai,
o
discípulo do Rabi Yehoshua ben Perachyah. Como já foi mencionado, a ideia do
traidor na última ceia é derivada da mitologia de Osíris, que foi traído por
Set-Typhon. Set-Typhon tinha cabelo ruivo, e esta é provavelmente a origem
da
afirmação de que Judas tinha o cabelo ruivo. Esta ideia levou ao retrato
estereotipo Cristão de que os Judeus têm cabelo ruivo, não obstante o facto
de
que, na realidade, o cabelo ruivo é de longe mais comum entre Arianos do que
entre Judeus.
O apelido "Iscariotes" é muitas vezes atribuído a Judas. Em algumas partes
onde
os Novos Testamentos Ingleses têm "Iscariotes", o texto Grego realmente tem
"apo
Kariotou", que significa "de Karyot". Karyot era o nome de uma cidade em
Israel,
provavelmente o moderno lugar conhecido em árabe como Karyatein. Portanto,
vê-se
que o nome Iscariotes é derivado do Hebreu "ish Karyot", que significa
"homem de
Karyot". Isto é, com efeito, a compreensão aceite hoje em dia, pelos
Cristãos,
do nome. No entanto, no passado, os Cristãos entendiam mal este nome, e
nasceram
lendas de que Judas era da cidade de Sychar, que ele era um membro do
partido
extremista conhecido como Sicarii, e que ele era da tribo de Issacar. O mais
interessante mal entendimento do nome é a sua primitiva confusão com a
palavra
scortea, que significa uma bolsa de couro. Isto levou ao mito do Novo
Testamento
de que Judas carregava uma tal bolsa, o que por sua vez levou à crença de
que
ele era o tesoureiro dos apóstolos.
O apóstolo Pedro parece ser uma personagem largamente ficcional. De acordo
com a
mitologia Cristã, Jesus escolheu-o para ser o "guardião das chaves do reino
dos
céus". Isto é claramente baseado na divindade pagã egípcia Petra, que era o
porteiro do céu e da vida após a morte, governados por Osíris. Temos também
de
duvidar da história de Lucas "o médico", que era suposto ser amigo de Paulo.
O
original Grego para Lucas é Lycos, que era um outro nome para Apolo, o deus
da
cura.
João Baptista é largamente baseado numa personagem histórica que praticava
imersão ritual na água como um símbolo físico de arrependimento. Ele não
realizava baptismos sacramentais ao estilo Cristão para purificar as almas
das
pessoas - tal ideia era totalmente estranha ao Judaísmo. Ele foi condenado à
morte por Herodes Antipas, que temeu que ele estivesse prestes a começar uma
rebelião. O nome de João em Grego era "Ioannes", e em latim "Johannes".
Apesar
de estes nomes serem usualmente usados para o nome Hebreu Yochanan, é
improvável
que este tenha sido o verdadeiro nome Hebreu de João. "Ioannes" assemelha-se
a
"Oannes", o nome Grego para o deus pagão Ea. Oannes era o "Deus da Casa de
Água". Baptismos sacramentais para purificação mágica das almas era uma
prática
que aparentemente originou a adoração de Oannes. A mais provável explicação
do
nome de João e a sua relação com Oannes é a de que João provavelmente
ostentou o
apelido "Oannes", dado que ele praticava o baptismo, que tinha adaptado do
culto
de Oannes. O nome "Oannes" foi mais tarde confundido com "Ioannes" (de
facto, a
lenda do Novo Testamento que diz respeito a João providencia uma pista de
que o
seu verdadeiro nome talvez tenha sido Zacarias.) É sabido, dos escritos de
Flávio Josefo, que o João histórico rejeitou a interpretação pagã do
baptismo
como "purificação de almas". Os Cristãos, no entanto, voltaram a esta
interpretação pagã original.
O deus Oannes era associado com a constelação do Capricórnio. Tanto Oannes
como
a constelação do Capricórnio eram associados com a água (a constelação é
suposto
representar uma mítica criatura marítima com o corpo de peixe e as partes
dianteiras de um bode.) Já vimos que a Jesus é dado a mesma data de
nascimento
do deus sol (25 de Dezembro), quando o sol está na constelação de
Capricórnio.
Os pagãos pensavam deste período como um onde o deus sol imerge nas águas de
Oannes e emerge renascido (o Solstício de Inverno, quando os dias começam a
ficar maiores, ocorre perto de 25 de Dezembro.) Este mito astrológico é
aparentemente a origem da história de que Jesus foi baptizado por João.
Provavelmente começou como uma história astrológica alegórica, mas parece
que o
deus Oannes mais tarde foi confundido com a personagem histórica de apelido
Oannes (João.)
A crença de que Jesus tinha conhecido João contribuiu para a crença de que a
pregação e crucificação de Jesus tenha ocorrido quando Pôncio Pilatos era
procurador da Judeia. É de notar que muitas das datas para Jesus citadas
pelos
Cristãos são completamente absurdas. Jesus foi em parte baseado em Yeishu e
ben
Stada, que provavelmente viveram com mais de um século de diferença. Ele foi
também baseado nos três falsos Messias, Yehuda, Theudas e Benjamim, que
foram
crucificados pelos Romanos em várias épocas diferentes. Outro facto que
contribuiu para a datação confusa de Jesus foi que Jacob de Kfar Sekanya e
provavelmente também outros Notzrim usavam expressões como "assim fui
ensinado
por Yeishu ha-Notzri", apesar dele não ter sido ensinado por Yeishu em
pessoa.
Sabemos da Gemara que o testemunho de Jacob levou o Rabi Eliezer ben
Hyrcanus a
incorrectamente concluir que Jacob era um discípulo de Yeishu. Isto sugere
que
havia rabis que não sabiam que Yeishu tinha vivido nos tempos Asmoneus.
Mesmo
depois dos Cristãos situarem Jesus no primeiro século D.C., a confusão
continuou
entre os não-Cristãos. Houve um contemporâneo do Rabi Akiva chamado Pappus
ben
Yehuda que costumava trancar a sua esposa infiel. Sabemos da Gemara que
algumas
pessoas que algumas pessoas que confundiam Yeishu e ben Stada confundiam a
mulher de Pappus com Míriam, a infiel esposa de Yeishu. Isto iria situar
Yeishu
mais de dois séculos depois do que ele actualmente viveu!
A história do Novo Testamento confunde tantos períodos históricos que não há
maneira de a reconciliar com a História. O ano tradicional do nascimento de
Jesus é 1 D.C. Era suposto Jesus não ter mais de dois anos de idade quando
Herodes ordenou a matança dos inocentes. No entanto, Herodes morreu antes de
12
de Abril do ano 4 A.C.. Isto levou alguns Cristãos a redatarem o nascimento
de
Jesus entre 6 - 4 A.C.. No entanto, Jesus era também suposto ter nascido
durante
o censos de Quirinius. Este censos teve lugar depois de Arquelau ter sido
deposto em 6 D.C., dez anos depois da morte de Herodes. Era suposto Jesus
ter
sido baptizado por João logo depois de João ter começado a baptizar e a
pregar,
no décimo quinto ano do reinado de Tibério, i.e., 28 - 29 D.C., quando
Pôncio
Pilatos foi governador da Judeia, i.e., 26 - 36 D.C. De acordo com o Novo
Testamento, isto também aconteceu quando Lysanias foi tetrarca de Abilene e
Anás
e Caifás eram sumos sacerdotes. Mas Lysanias governou Abilene de c. 40 A.C.
até
ser executado em 36 A.C. por Marco António, cerca de 60 anos antes da data
para
Tibério, e cerca de 30 anos antes do suposto nascimento de Jesus! Além do
mais,
nunca houve dois sumos sacerdotes juntos, em particular, Anás não foi sumo
sacerdote juntamente com Caifás. Anás foi retirado do ofício de sumo
sacerdote
em 15 D.C., depois de deter o ofício por alguns nove anos. Caifás só se
tornou
sumo sacerdote em 18 D.C., cerca de três anos depois de Anás (ele deteve
este
ofício durante cerca de 18 anos, e assim as suas datas são consistentes com
Tibério e Pôncio Pilatos, mas não com Anás ou Lysanias.) Apesar dos Actos
dos
Apóstolos apresentarem Yehuda da Galileia, Theudas e Jesus como três pessoas
diferentes, situa incorrectamente Theudas (crucificado no ano 44 D.C.) antes
de
Yehuda, que menciona correctamente como tendo sido crucificado durante o
censos
(6 D.C.) Muitos destes absurdos cronológicos parecem ser baseados em
leituras
mal interpretadas e mal entendimentos do livro de Flávio Josefo
"Antiguidades
Judaicas", que foi usado como referência pelo autor do Evangelho segundo S.
Lucas e dos Actos dos Apóstolos.
A história do julgamento de Jesus é também altamente suspeita. Tenta
claramente
aplacar os Romanos enquanto difama os Judeus. O Pôncio Pilatos histórico era
arrogante e déspota. Ele odiava os Judeus e nunca delegou nenhuma autoridade
neles. No entanto, na mitologia Cristã, ele é retratado como um governante
preocupado que se distancia das acusações contra Jesus e que foi forçado a
obedecer às pretensões dos Judeus. De acordo com a mitologia Cristã, em cada
Passagem os Judeus pediriam a Pilatos para libertar um qualquer criminoso
que
eles escolhessem. Isto é, claro, uma mentira espalhafatosa. Os Judeus nunca
tiveram o costume de libertar criminosos culpados na Passagem ou em qualquer
outra época do ano. De acordo com o mito, Pilatos deu aos Judeus a chance de
libertar Jesus, o Cristo, ou um assassino chamado Jesus Barrabás. Os Judeus
são
supostos ter entusiasticamente escolhido Jesus Barrabás. Esta história é uma
malévola mentira anti-semita, uma das muitas mentiras semelhantes
encontradas no
Novo Testamento (maioritariamente escrito por anti-semitas.) O que é
particularmente odioso nesta história sem sentido é que é aparentemente uma
distorção de uma história mais antiga que clamava que os Judeus tinham
pedido
para Jesus Cristo ser liberto. O nome "Barrabás" é simplesmente a forma
Grega do
Aramaico "bar Abba", que significa "filho do Pai". Assim, "Jesus Barrabás"
originalmente significava "Jesus o filho do Pai", em outras palavras o usual
Jesus Cristão. Quando a história antiga clamava que os Judeus queriam que
Jesus
Barrabás fosse solto, estava a referir-se ao Jesus usual. Alguém distorceu a
história afirmando que Jesus Barrabás era uma pessoa diferente de Jesus
Cristo e
isto enganou os Cristãos Romanos e Gregos, que não sabiam o significado do
nome
"Barrabás".
Finalmente, a afirmação de que o Jesus ressurrecto apareceu aos seus
discípulos
é também baseada em superstições pagãs. Na mitologia Romana, Rómulo, nascido
de
uma virgem, apareceu ao seu amigo na estrada antes de ser levado para o céu
(o
tema de ser levado para o céu é encontrado em grande número de mitos e
lendas
pagãs, e até em histórias Judaicas.) Foi afirmado que Apolónio de Tyana
também
tinha aparecido aos seus discípulos depois de ter ressuscitado. É
interessante
de notar que o Apolónio histórico nasceu mais ou menos ao mesmo tempo que o
mítico Jesus era suposto ter nascido. Em lendas, as pessoas afirmavam que
ele
tinha executado muitos milagres, que eram idênticos àqueles atribuídos a
Jesus,
tal como exorcismos de demónios e o de trazer novamente a vida a uma
rapariga
morta.
Quando confrontados com missionários Cristãos, deve-se apontar tanta
informação
quanta for possível acerca das origens do Cristianismo e do mito de Jesus.
Quase
nunca os irás conseguir convencer de que o Cristianismo é uma falsa
religião.
Não poderás provar para além de todas as dúvidas de que a história de Jesus
surgiu da maneira que nós afirmamos, uma vez que muita da evidência é
circunstancial. De facto, não podemos ter a certeza da origem precisa de
muitos
pontos particulares da história de Jesus. Isto não interessa. O que é
importante
é que tu próprio compreendas que existem alternativas lógicas à crença cega
nos
mitos Cristãos e que pode ser lançada uma dúvida racional sobre a narrativa
do
Novo Testamento.
A FALTA DE EVIDÊNCIA HISTÓRICA PARA JESUS
A resposta Cristã habitual para os que questionam a historicidade de Jesus é
manusear vários documentos como "evidência histórica" para a existência de
Jesus. Eles normalmente começam com os evangelhos canónicos, ou seja, O
Evangelho segundo S. Mateus, O Evangelho segundo S. Marcos, O Evangelho
segundo
S. Lucas e O Evangelho segundo S. João. A afirmação habitual é a de que
estes
são "registos de testemunhas oculares sobre a vida de Jesus feitas pelos
seus
discípulos". A resposta a este argumento pode ser resumido numa palavra -
pseudepigráfico. Este termo refere-se a trabalhos de escrita cujos autores
ocultam as suas verdadeiras identidades atrás de nomes de personagens
lendárias
do passado. A escrita pseudepigráfica era particularmente popular entre os
Judeus durante os períodos Asmoneu e Romano, e este estilo de escrita foi
adoptado pelos primeiros Cristãos.
Os evangelhos canónicos não são os únicos evangelhos. Por exemplo, há também
evangelhos de Maria, Pedro, Tomé e Filipe. Estes quatro evangelhos são
reconhecidos como sendo pseudepigráficos tanto por escolares Cristãos como
não
Cristãos. Eles providenciam uma informação histórica ilegítima dado que
foram
baseados em rumores e crenças. A existência destes óbvios evangelhos
pseudepigráficos faz com que seja bastante racional suspeitar que os
evangelhos
canónicos poderão também ser pseudepigráficos. O facto de que os primeiros
Cristãos escreviam evangelhos pseudepigráficos sugere que isto era de facto
a
norma. Deste modo, é quando os missionários afirmam que os evangelhos
canónicos
não são pseudepigráficos que requer provas.
O Evangelho segundo S. Marcos é escrito no nome de S. Marcos, o discípulo do
mítico S. Pedro (S. Pedro é maioritariamente baseado no deus pagão Petra,
que
era o porteiro do céu e da vida depois da morte na religião egípcia.) Até na
mitologia Cristã S. Marcos não era discípulo de Jesus, mas um amigo de S.
Paulo
e S. Lucas. O Evangelho segundo S. Marcos foi escrito antes do Evangelho
segundo
S. Mateus e do Evangelho segundo S. Lucas (c. de 100 D.C.), mas depois da
destruição do Templo em 70 D.C., que menciona. Muitos Cristãos acreditam que
foi
escrito em c. 75 D.C. Esta data não é baseada em História, mas na crença de
que
um histórico S. Marcos escreveu o evangelho na sua velhice. Isto não é
possível,
dado que o estilo de linguagem usada em S. Marcos mostra que foi escrita
(provavelmente em Roma) por um Romano convertido ao Cristianismo, cuja
primeira
língua era Latim e não Grego, Hebreu ou Aramaico. De facto, como todos os
outros
evangelhos são escritos em nome de personagens lendárias do passado, o
Evangelho
segundo S. Marcos foi provavelmente escrito muito depois de algum Marcos
histórico (se houve um) ter morrido. O conteúdo do Evangelho segundo S.
Marcos é
uma colecção de mitos e lendas que foram juntos de forma a formar uma
narrativa
contínua. Não há provas de que tenha sido baseado em qualquer fonte
histórica de
confiança. O Evangelho segundo S. Marcos foi alterado e editado muitas
vezes, e
a versão moderna provavelmente data de cerca de 150 D.C. Clemente de
Alexandria
(c. de 150 D.C. - c. de 215 D.C.) queixou-se acerca das versões alternativas
deste evangelho, que ainda circulavam no seu tempo (os Carpocratians, uma
primeira facção Cristã, considerava a pederastia como sendo uma virtude, e
Clemente queixou-se da sua versão do Evangelho segundo S. Marcos, que
contava as
explorações homossexuais de Jesus com rapazes novos!.)
O Evangelho segundo S. Mateus certamente não foi escrito pelo apóstolo S.
Mateus. A personagem de S. Mateus é baseada na personagem histórica chamada
Mattai, que era um discípulo de Yeishu ben Pandeira (Yeishu, que viveu nos
tempos Asmoneus, foi uma das várias pessoas históricas em quem a personagem
de
Jesus foi baseada.) O Evangelho segundo S. Mateus foi originalmente anónimo
e só
foi lhe foi imputado o nome de S. Mateus algures durante a primeira metade
do
segundo século D.C. A forma primitiva foi provavelmente escrita mais ou
menos ao
mesmo tempo do Evangelho de S. Lucas (c. de 100 D.C.), pois nenhum dos dois
parece saber do outro. Foi alterado e editado até cerca de 150 D.C. Os
primeiros
dois capítulos, que tratam da virgem a dar à luz, não estavam na versão
original, e os Cristãos de Israel com descendência Judaica preferiram esta
primeira versão. Para suas fontes, usou o Evangelho segundo S. Marcos e uma
colecção de ensinamentos referidos como a Segunda Fonte (ou o Documento Q.)
A
Segunda Fonte não sobreviveu como um documento isolado, mas todos os seus
conteúdos são encontrados no Evangelho segundo S. Marcos e no Evangelho
segundo
S. Lucas. Todos os ensinamentos aí contidos podem ser encontrados no
Judaísmo.
Os ensinamentos mais razoáveis podem ser encontrados no Judaísmo ortodoxo,
enquanto que os menos razoáveis podem ser encontrados no Judaísmo sectário.
Não
há nada nele que requeira a nossa suposição da existência de um Jesus
histórico
real. Apesar do Evangelho segundo S. Mateus e do Evangelho segundo S. Lucas
atribuírem os ensinamentos neles contidos a Jesus, a Epístola de S. Tiago
atribui-os a S. Tiago. Como foi visto, o Evangelho segundo S. Mateus não
providencia nenhuma evidência histórica para Jesus.
O Evangelho de S. Lucas e o livro dos Actos dos Apóstolos (que eram duas
partes
de um mesmo trabalho) foram escritos em nome da personagem mitológica Cristã
de
S. Lucas, o médico (que provavelmente não foi uma personagem histórica mas
uma
adaptação Cristã do deus Grego da cura Lycos.) Até na mitologia Cristã S.
Lucas
não foi um discípulo de Jesus, mas um amigo de S. Paulo. O Evangelho segundo
S.
Lucas e os Actos dos Apóstolos usam o livro de Flávio Josefo, "Antiguidades
Judaicas", como referência, e assim não podiam ter sido escritos antes de 93
D.C. Nesta altura, qualquer amigo de S. Paulo estaria ou morto ou bem senil.
De
facto, tanto escolares Cristãos como não Cristãos estão de acordo de que as
primeiras versões dos dois livros foram escritas por um Cristão anónimo em
c.
100 D.C., e foram alterados e editados até c. 150 - 175 D.C. Além do livro
de
Flávio Josefo, o Evangelho segundo S. Lucas e os Actos dos Apóstolos também
usam
o Evangelho de S. Marcos e a Segunda Fonte como referências. Apesar de
Flávio
Josefo ser considerado mais ou menos de confiança, o autor anónimo muitas
vezes
lê ou entende mal Flávio Josefo, e além disso nenhuma das informações acerca
de
Jesus no Evangelho segundo S. Lucas e nos Actos dos Apóstolos vem de Flávio
Josefo. Como se vê, o Evangelho segundo S. Lucas e os Actos dos Apóstolos
não
têm valor histórico.
O Evangelho segundo S. João foi escrito em nome do apóstolo S. João, o irmão
de
S. Tiago, filho de Zebedeu. O autor do Evangelho segundo S. Lucas usou
tantas
fontes quantas pode obter, mas ele não tinha conhecimento do Evangelho
segundo
S. João. Assim, o Evangelho segundo S. João não podia ter sido escrito antes
do
Evangelho segundo S. Lucas (c 100 D.C.) Consequentemente, o Evangelho
segundo S.
João não podia ter sido escrito pela semi-mítica personagem de S. João, o
apóstolo, que era suposto ter sido morto por Herodes Agripa pouco antes da
sua
própria morte em 44 D.C. (S. João, o apóstolo, é aparentemente baseado num
histórico discípulo do falso Messias, Theudas, que foi crucificado pelos
Romanos
em 44 D.C., e cujos discípulos foram assassinados.) O autor real do
Evangelho
segundo S. João foi, de facto, um anónimo Cristão de Éfeso, na Ásia Menor. O
fragmento mais velho sobrevivente do Evangelho segundo S. João data de c.
125
D.C., e assim podemos datar o Evangelho de c. 100 - 125 D.C. Baseados em
considerações estilísticas, muitos escolares diminuem a data para c. 100 -
120
D.C. A primeira versão do Evangelho segundo S. João não contém o último
capítulo, que trata da aparição de Jesus aos seus discípulos. Tal como os
outros
Evangelhos, o Evangelho segundo S. João provavelmente só chegou à sua
presente
forma por volta de 150 - 175 D.C. O autor do Evangelho segundo S. João usou
o
Evangelho segundo S. Marcos frugalmente, e assim pode-se suspeitar que não
confiava nele. Ele ou não tinha lido o Evangelho segundo S. Mateus e o
Evangelho
segundo S. Lucas ou não confiava neles, pois ele não usa nenhuma informação
deles que não tenha sido encontrada no Evangelho segundo S. Marcos. Grande
parte
do Evangelho segundo S. João consiste em lendas com óbvias interpretações
fundamentais alegóricas, e pode-se suspeitar que o autor nunca tencionou que
fossem História. O Evangelho segundo S. João não contém nenhuma informação
de
fontes históricas de confiança.
Os Cristãos afirmarão que próprio Evangelho segundo S. João declara que é um
documento histórico escrito por S. João. Esta pretensão é baseada nos versos
Jo
19.34 - 35 e Jo 21.20 - 24. Jo 19.34 - 35 não afirma que o Evangelho foi
escrito
por S. João. Afirma que os eventos descritos nos versos imediatamente
precedentes foram reportados correctamente por uma testemunha. A passagem é
ambígua e não é claro se a testemunha é suposta ser a mesma pessoa que o
autor.
Muitos escolares são da opinião de que a ambiguidade é deliberada e que o
autor
do Evangelho segundo S. João está a tentar arreliar os seus leitores nesta
passagem, bem como nas passagens em que conta histórias miraculosas com
interpretações alegóricas. Jo 21.20 - 24 também não afirma que o autor é S.
João. Afirma que o discípulo mencionado na passagem é alguém que testemunhou
os
eventos descritos. É mais uma vez notavelmente ambíguo no que refere à
questão
do discípulo ser a mesma pessoa que o autor. É de notar que esta última
passagem
é no último capítulo do Evangelho segundo S. João, que não fazia parte do
Evangelho original, mas que foi adicionado como um epílogo por um redactor
anónimo. Tem de se estar consciente do facto de que muitas traduções "fáceis
de
entender" do Novo Testamento distorcem as passagens mencionadas para remover
a
ambiguidade encontrada no original Grego (idealmente, uma pessoa precisa de
estar familiarizada com o texto original Grego do Novo Testamento de maneira
a
evitar traduções preconceituosas e corrompidas usadas por fundamentalistas e
missionários Cristãos.)
De maneira a fazer recuar as suas pretensões de que o Evangelho segundo S.
Marcos e o Evangelho segundo S. Mateus foram escritos pelos "reais"
apóstolos S.
Marcos e S. Mateus, e que Jesus é uma personagem histórica, os missionários
muitas vezes chamam a atenção para o assim chamado "testemunho de Papias".
Papias foi o bispo de Hierápolis (perto de Éfeso) em meados do segundo
século
D.C. Nenhum dos seus escritos sobreviveu, mas o historiador Cristão Eusébio
(c.
260 - 339 D.C.), no seu livro História Eclesiástica (escrito c. 311 - 324
D.C.)
parafraseou certas passagens do livro de Papias "Exposition of the Oracles
of
the Lord" (escrito c. 140 - 160 D.C.) Nestas passagens, Papias afirma que
tinha
conhecido as filhas do apóstolo S. Filipe, e também reportou várias
histórias
que afirmou terem vindo de pessoas chamadas Aristion e João, o Ansião, que
ainda
estariam vivos durante a sua própria vida. Eusébio parece ter pensado que
Aristion e João, o Ansião eram discípulos de Jesus. Papias afirmava que
João, o
Ansião tinha dito que S. Marcos tinha sido o intérprete de S. Pedro e tinha
escrito exactamente tudo o que S. Pedro tinha escrito sobre Jesus. Papias
também
afirmou que S. Mateus tinha compilado todos os "oráculos" em Hebreu, e todos
os
tinham interpretado o melhor que podiam. Nada disto, no entanto, providencia
uma
evidência histórica legítima de Jesus nem suporta a crença de que o
Evangelho
segundo S. Marcos e o Evangelho segundo S. Mateus foram realmente escritos
por
apóstolos ostentando aqueles nomes. Papias foi um blasonador e não é de
nenhuma
maneira certo de que ele tenha sido honesto quando afirmou ter conhecido as
filhas de S. Filipe. Mesmo que tivesse, isto iria, no máximo, provar que o
apóstolo S. Filipe da mitologia Cristã tinha sido baseado numa personagem
histórica. Papias nunca afirmou explicitamente que tinha conhecido Aristion
e
João, o Ansião. Além do mais, só porque Eusébio no século IV acreditou que
tinham sido discípulos de Jesus não quer dizer que tenham sido. Nada é
conhecido
sobre quem realmente seria Aristion. Ele não é certamente um dos discípulos
na
usual tradição Cristã. Já vi livros em que certos fundamentalistas Cristãos
afirmam que João, o Ansião era o apóstolo S. João, o filho de Zebedeu, e que
ele
ainda estaria vivo quando Papias era jovem. Eles também afirmam que Papias
viveu
entre c. 60 - 130 D.C., e que ele escreveu o seu livro em c. 120 D.C. Estas
datas não são baseadas em nenhuma legítima evidência e são um completo
disparate: Papias foi bispo de Hierápolis em c. 150 D.C. e como foi já
mencionado o seu livro foi escrito algures no período c. 140 - 160 D.C.
Puxando
a data para Papias para 60 D.C., ainda não o coloca durante o tempo de vida
do
apóstolo S. João, que, de acordo com as lendas Cristãs normais, foi morto em
44
D.C. Além disso, é improvável que João, o Ansião tenha tido alguma coisa a
haver
com S. João, o apóstolo. De acordo com Epifâneo (c. 320 - 403), um primitivo
Cristão chamado João, o Ansião tinha morrido em 117 D.C. Teremos mais a
dizer
sobre ele quando discutirmos as três epístolas atribuídas a S. João.
Qualquer
que seja o caso, as histórias que Papias coleccionou eram sendo contadas
pelo
menos uma década depois de os Evangelhos e os Actos dos Apóstolos terem sido
escritos, e reflectem rumores e superstições infundadas acerca das origens
destes livros. Em particular, a história acerca de S. Marcos obtida de João,
o
Ansião, não é mais que uma elaboração superficial da lenda acerca de S.
Marcos
encontrada nos Actos dos Apóstolos, e assim não nos diz nada acerca das
verdadeiras origens do Evangelho segundo S. Marcos. A história acerca de S.
Mateus escrever os "oráculos" é simplesmente um rumor, e além disso, não tem
nada a haver com o Evangelho segundo S. Mateus. O termo "oráculos" pode
apenas
ser entendido como uma referência à colecção de escritos conhecidos como
Oracles
of the Lord, que é referido no título do livro de Papias, e que com toda a
probabilidade é a mesma coisa que a Segunda Fonte, não o Evangelho segundo
S.
Mateus.
Além dos Evangelhos canónicos e dos Actos dos Apóstolos, os missionários
também
tentam usar as várias epístolas Cristãs como prova da história de Jesus.
Eles
afirmam que as epístolas são cartas escritas por discípulos e seguidores de
Jesus. No entanto, epístolas (do Grego epistolē, significando mensagem
ou ordem)
são livros, escritos sob forma de cartas (usualmente de personagens
lendárias do
passado), que expõem doutrinas e instruções religiosas. Esta forma de
escrita
religiosa foi usada pelos Judeus nos tempos Greco-Romanos (a mais famosa
epístola Judaica é a Epístola de Jeremias, que é uma prolongada condenação
da
idolatria, escrita durante o período Helénico na forma de carta pelo profeta
Jeremias à população de Jerusalém mesmo antes deles terem sido exilados para
a
Babilónia.) Como no caso dos Evangelhos, há epístolas Cristãs que não estão
contidas no Novo testamento, que escolares tanto Cristãos como não-Cristãos
concordam serem epístolas pseudepigráficas e de nenhum valor histórico, pois
expõem crenças e não História. A existência de epístolas pseudepigráficas, e
verdadeiramente todo o conceito de uma epístola, sugere que as epístolas
eram
normalmente pseudepigráficas. Ainda assim, são as afirmações dos
missionários e
Cristãos fundamentalistas de que as epístolas canónicas são cartas genuínas
que
requerem provas.
A Epístola de S. Judas é escrita em nome de Jude (Judas), o irmão de S.
Tiago.
De acordo com o Evangelho segundo S. Marcos e o Evangelho segundo S. Mateus,
Jesus tinha irmãos chamados Judas e Tiago. Comparando com outros escritos
mostra
que a Epístola de S. Judas foi escrita em c. 130 D.C., e assim é obviamente
pseudepigráfica. No entanto, não há nenhuma evidência que o seu autor usou
alguma fonte histórica legítima no que se refere a Jesus.
Duas das epístolas canónicas são escritas em nome de S. Pedro. Dado que S.
Pedro
é uma adaptação da divindade pagã egípcia Petra, estas epístolas certamente
não
foram escritas por ele. O estilo e o carácter da Primeira Epístola de S.
Pedro
sozinhos mostram que não pode ter sido escrita antes de 80 D.C. Até de
acordo
com a lenda Cristã, S. Pedro era suposto ter morrido no decurso das
perseguições
instigadas por Nero em c. 64 D.C. e portanto ele não poderia ter escrito a
epístola. O autor do Evangelho segundo S. Lucas e dos Actos dos Apóstolos
usou
todas as fontes escritas que conseguiu obter e tendia a usá-los
indiscriminadamente, no entanto ele não menciona quaisquer epístolas de S.
Pedro. Isto mostra que a Primeira Epístola de S. Pedro foi provavelmente
escrita
depois do Evangelho segundo S. Lucas e dos Actos dos Apóstolos (c. 100 D.C.)
Nenhuma das referências a Jesus na Primeira Epístola de S. Pedro é tirada de
fontes históricas, mas em vez disso reflecte crenças e superstições. A
Segunda
Epístola de S. Pedro é uma declaração contra os Marcionistas, e portanto
deve
ter sido escrita em c. 150 D.C. Como se vê, é claramente pseudepigráfico. A
Segunda Epístola de S. Pedro usa como fontes: a história da transfiguração
de
Jesus encontrada no Evangelho segundo S. Marcos, Evangelho segundo S. Mateus
e
Evangelho segundo S. Lucas, o Apocalipse de S. Pedro e a Epístola de S.
Judas. O
não canónico Apocalipse de S. Pedro (escrito algures no primeiro quarto do
segundo século D.C.) é reconhecido como sendo não-histórico até pelos
fundamentalistas Cristãos. Assim, a Segunda Epístola de S. Pedro também não
usa
qualquer fonte histórica legítima.
Agora voltamo-nos para as epístolas supostamente escritas por S. Paulo. A
Primeira Epístola de S. Paulo a Timóteo avisa contra o trabalho Marcionista
conhecido como Antithesis. Marcion foi expulso da Igreja de Roma em c. 144
D.C.
e a Primeira Epístola de S. Paulo a Timóteo foi escrita pouco depois. Como
se
vê, temos novamente um caso claro de pseudepigrafia. A Segunda Epístola de
S.
Paulo a Timóteo e a Epístola de S. Paulo a Tito foram escritas pelo mesmo
autor
e datam de cerca do mesmo período. Estas três epístolas são conhecidas como
as
"epístolas pastorais". As 10 restantes epístolas "não-pastorais" escritas no
nome de S. Paulo eram conhecidas por Marcion em c. 140 D.C. Algumas delas
não
foram escritas somente no nome de S. Paulo, mas estão na forma de cartas
escritas por S. Paulo em colaboração com vários amigos como Sosthenes,
Timóteo e
Silas. O autor do Evangelho segundo S. Lucas e dos Actos dos Apóstolos usou
todas as vias para obter todas as fontes disponíveis e tendeu a usá-las
indiscriminadamente, mas ele não usou nada das epístolas Paulinas. Podemos
então
concluir que as epístolas não-pastorais foram escritas depois do Evangelho
segundo S. Lucas e dos Actos dos Apóstolos no período c. 100 - 140 D.C. A
não-canónica Primeira Epístola de Clemente aos Coríntios (escrita c. 125
D.C.)
usa a Primeira Epístola de S. Paulo aos Corintios como fonte, e portanto
podemos
reduzir a data para essa epístola para 100 - 125 D.C. No entanto, ficamos
com a
conclusão de que todas as epístolas Paulinas são pseudepigráficas (o
semi-mítico
S. Paulo era suposto ter morrido durante as perseguições instigadas por Nero
em
c. 64 D.C.) Algumas das epístolas Paulinas aparentam terem sido alteradas e
revistas numerosas vezes antes de terem chegado às suas formas modernas.
Como
fontes usam-se mutuamente, e ainda os Actos dos Apóstolos, o Evangelho
segundo
S. Marcos, o Evangelho segundo S. Mateus, o Evangelho segundo S. Lucas e a
Primeira Epístola de S. Pedro. Podemos então concluir que não providenciam
nenhuma evidência histórica de Jesus.
A Epístola aos Hebreus é uma epístola particularmente interessante, dado que
não
é pseudepigráfica mas completamente anónima. O seu autor nem revela o seu
próprio nome nem escreve em nome de uma personagem mitológica Cristã. Os
Cristãos fundamentalistas clamam ser outra epístola de S. Paulo e de facto
chamam-lhe Epístola de S. Paulo aos Hebreus. Esta ideia, aparentemente
datando
do final do quarto século D.C., não é no entanto aceite por todos os
Cristãos.
Como fonte para a sua informação sobre Jesus usa material comum ao Evangelho
segundo S. Marcos, ao Evangelho segundo S. Mateus e ao Evangelho segundo S.
Lucas, mas não fontes legítimas. O autor da Primeira Epístola de São
Clemente
usou-o como fonte, e portanto deve ter sido escrita antes dessa epístola (c.
125
D.C.) mas depois de, pelo menos, o Evangelho segundo S. Marcos (c. 75 - 100
D.C.)
A Epístola de S. Tiago é escrita no nome de um servo de Jesus chamado Tiago
(ou
Jacobus.) No entanto, na mitologia Cristã havia dois apóstolos chamados
Tiago e
Jesus também tinha um irmão chamado Tiago. Não é claro qual dos Tiagos é o
pretendido, e não há entendimento entre os próprios Cristãos. Cita
declarações
da Segunda Fonte, mas ao contrário do Evangelho segundo S. Mateus e do
Evangelho
segundo S. Lucas não atribui estas declarações a Jesus, mas apresenta-as
como
sendo de S. Tiago. Contém um importante argumento contra a doutrina da
"salvação
através da fé" exposta na Epístola de S. Paulo aos Romanos. Podemos então
concluir que foi escrita durante a primeira metade do segundo século D.C.,
depois da Epístola aos Romanos mas antes do tempo em que o Evangelho segundo
S.
Mateus e o Evangelho segundo S. Lucas foi aceite por todos os Cristãos.
Assim,
indiferentemente de qual seja o S. Tiago pretendido, a Epístola de S. Tiago
é
pseudepigráfica. Não diz quase nada de Jesus e não há evidência de que o
autor
tinha quaisquer fontes históricas para ele.
Há três epístolas com o nome do apóstolo S. João. Nenhuma delas é, de facto,
escrita no nome de S. João, e provavelmente só lhas foram atribuídas algum
tempo
depois de terem sido escritas. A Primeira Epístola de S. João, tal como a
Epístola aos Hebreus, é completamente anónima. A ideia de que foi escrita
por S.
João vem do facto de que usa o Evangelho segundo S. João como fonte. As
outras
duas epístolas com o nome de S. João foram escritas por um único autor que
em
vez de escrever em nome de um apóstolo, escolheu simplesmente chamar-se "o
Ancião". A ideia de que estas duas epístolas foram escritas por S. João
nasceu
das crenças de que "o Ancião" se referia a João, o Ancião, e que ele era a
mesma
pessoa que o apóstolo S. João. No caso da Segunda Epístola de S. João, esta
crença foi reforçada pelo facto de que essa epístola também usa o Evangelho
segundo S. João como fonte. Podemos então concluir que as primeiras duas
epístolas atribuídas a S. João foram escritas depois do Evangelho segundo S.
João (c. 110 -120 D.C.) Consequentemente, nenhuma das três epístolas poderia
ter
sido escrita pelo apóstolo S. João. Deve-se apontar que é bastante possível
que
o pseudónimo "o Ancião" se refira à pessoa chamada João, o Ancião, mas se
tal
assim é, ela não é certamente o apóstolo S. João. As primeiras duas
epístolas de
S. João apenas usam o Evangelho segundo S. João como fonte para Jesus; elas
não
usam nenhumas fontes legítima. A Terceira Epístola de S. João menciona
"Cristo"
escassamente e não há evidências de que tenha usado qualquer fontes
históricas
para ele.
Além das epístolas com o nome de S. João, o Novo Testamento também contém um
livro conhecido como Apocalipse do Apóstolo S. João. Este livro combina duas
formas de escrita religiosa, a da epístola e a do apocalipse (apocalipses
são
trabalhos religiosos que são escritos na forma de revelação acerca do futuro
por
uma personagem famosa do passado. Estas revelações geralmente descrevem
eventos
infelizes que ocorrem no tempo em que foram escritas, e também oferecem
alguma
esperança ao leitor de que as coisas irão melhorar.) Não é certo por quantas
revisões passou o Apocalipse do Apóstolo S. João, e assim é difícil datá-la
precisamente. Dado que menciona as perseguições instigadas por Nero, podemos
dizer com certeza que não foi escrita antes de 64 D.C. Assim sendo, não
poderia
ter sido escrita pelo "verdadeiro S. João". Os primeiros versos formam uma
introdução que é claramente entendida como não sendo de S. João, e que
providencia uma vaga admissão de que o livro é pseudepigráfico, apesar do
autor
sentir que a sua mensagem é inspirada por Deus. O estilo de escrita e as
referências à prática de kriobolium (baptismo em sangue de ovelha) sugerem
que o
autor era dessas pessoas de descendência Judaica que misturavam o Judaísmo
com
práticas pagãs. Havia muitos destes "Judeus pagãos" durante os tempos
Romanos, e
foram estas pessoas que se tornaram nos primeiros convertidos aos
Cristianismo,
estabeleceram as primeiras igrejas, e que foram provavelmente também
responsáveis pela introdução de mitos pagãos na história de Jesus (eles são
também lembrados pela sua crença ridícula de que "Adonai Tzevaot" era o
mesmo
que o deus pagão "Sebazios".) As referências a Jesus no livro são poucas e
não
há evidências de que são baseadas em nada mais que crença.
Além das epístolas aceites no Novo Testamento, e além das epístolas que são
unanimemente reconhecidas como não tendo qualquer valor (como a Epístola de
Barnabas), existem também várias epístolas que embora não aceites no Novo
Testamento são consideradas de valor por alguns Cristãos. Primeiramente, há
as
epístolas com o nome de Clemente. Na lenda Cristã, S. Clemente foi o
terceiro na
sucessão a S. Pedro como bispo de Roma. A Primeira Epístola de S. Clemente
aos
Coríntios não é, de facto, escrita em nome de Clemente, mas no nome da
"Igreja
de Deus que estadia em Roma". Refere-se a uma perseguição que é geralmente
pensada como tendo ocorrido em 95 D.C., no reinado de Domiciano, e refere-se
à
exoneração dos anciãos da Igreja de Corínto em c. 96 D.C. Os Cristãos acredi
tam
que S. Clemente foi bispo de Roma durante esta altura, e esta é
aparentemente a
razão pela qual a epístola lhe foi mais tarde atribuída. Os Cristãos
fundamentalistas acreditam que a epístola foi de facto escrita em 96 D.C.
Esta
data não é possível dado que a epístola se refere a bispos e a padres como
grupos separados, uma divisão que não tinha ainda tomado lugar.
Considerações
estilísticas mostram que foi escrita em c. 125 D.C. Como referências, usa a
Epístola aos Hebreus e a Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, mas
nenhuma legítima fonte histórica. A Segunda Epístola de S. Clemente é de um
autor diferente do primeiro e foi escrita mais tarde. Podemos então concluir
que
também não foi escrita por S. Clemente (não há evidências de que qualquer
uma
destas epístolas tenham sido atribuídas a S. Clemente antes da sua
incorporação
na colecção de livros conhecida como o Codex Alexandrinus, no século quinto
D.C.) Como fontes para Jesus, a _Segunda Epístola de S. Clemente usa o
Evangelho
dos Egípcios, um documento que é rejeitado até pelos mais fundamentalistas
Cristãos, e também os livros do Novo Testamento que mostramos serem de
nenhum
valor. Assim, e uma vez mais, não temos nenhuma legítima evidência de Jesus.
A seguir, temos as epístolas escritas no nome de Inácio. De acordo com a
lenda,
St. Inácio era o bispo de Antioquia que foi morto durante o reinado de
Trajano
c. 110 D.C. (apesar de ele ser provavelmente baseado numa personagem
histórica
real, as lendas acerca do seu martírio são largamente ficcionais..) Existem
quinze epístolas escritas no seu nome. Destas, oito são unanimemente
reconhecidas como sendo pseudepigráficas e de nenhum valor no que respeita a
Jesus. As restantes sete têm cada uma duas formas, uma maior e outra mais
pequena. As formas maiores são claramente edições alteradas e revistas das
formas mais pequenas. Os fundamentalistas Cristãos clamam que as formas mais
pequenas são as cartas genuínas escritas por St. Inácio. A Epístola de St.
Inácio aos Esmirnenses menciona a tripla ordenação de bispos, padres e
diáconos,
que ainda não tinha tido lugar aquando da morte de St. Inácio, que ocorreu o
mais tardar em 117 D.C,. e que provavelmente teve lugar c. 110 D.C. Todas as
sete pequenas epístolas atacam várias crenças Cristãs, hoje consideradas
heréticas, que só se tornou prevalecente c. 140 - 150 D.C. A Epístola de St.
Inácio aos Romanos mais pequena contém uma citação dos escritos de St.
Ireneu,
escrito depois de 170 D.C. e publicada c. 185 D.C. Podemos então concluir
que as
sete epístolas mais curtas são também pseudepigráficas. A Epístola de St.
Inácio
aos Romanos mais curta foi certamente escrita depois de 170 D.C. (de facto,
se
não foi escrita por St. Ireneu então foi provavelmente escrita depois de c.
185
D.C.) e as outras seis foram escritas não antes do período c. 140 - 150
D.C., se
não mais tarde. Não há fontes para Jesus nas epístolas de St. Inácio que não
sejam os livros do Novo Testamento e os escritos de St. Ireneu, que apenas
usa o
Novo Testamento. Portanto, elas contêm nenhuma evidência legítima para
Jesus.
Há também mais duas epístolas que os Cristãos afirmam serem cartas genuínas,
a
saber, a Epístola de S. Policarpo e o Martírio de S. Policarpo. As epístolas
de
St. Inácio e as epístolas que dizem respeito a S. Policarpo foram sempre
estreitamente associadas. É bastante possível que tenham todas sido escritas
pelo escritor Cristão St. Ireneu e seus discípulos. Houve certamente uma
primitiva personagem histórica real Cristã chamada Policarpo. Ele foi bispo
de
Esmirna e foi morto pelos Romanos algures no período de 155 - 165 D.C.
Quando
St. Ireneu era um rapaz, conheceu S. Policarpo. Fundamentalistas Cristãos
afirmam que S. Policarpo era o discípulo do apóstolo S. João. No entanto,
mesmo
que aceitemos a lenda de que S. Policarpo tenha vivido até à idade de 86,
ele
não poderia ter nascido antes de 67 D.C., e portanto não poderia ter sido
discípulo de S. João (é possível que tenha sido discípulo do enigmático
João, o
Ansião.) Como St. Ireneu tinha conhecido S. Policarpo, também assumiram que
St.
Ireneu era de facto seu discípulo, uma pretensão para a qual não há
evidências.
A Epístola de S. Policarpo usa a maior parte dos livros do Novo Testamento e
as
epístolas de St. Inácio como referências, mas não usa fontes legítimas para
Jesus. Os Cristãos que rejeitam as epístolas de St. Inácio mas que acreditam
ser
a Epístola de S. Policarpo uma carta genuína afirmam que as referências às
epístolas de Inácio são uma inserção tardia. Esta ideia é baseada em
inclinações
pessoais, e não em nenhuma evidência genuína. Baseada numa crença cega que a
epístola é uma carta genuína, alguns Cristãos datam-na de meados do segundo
século D.C., pouco antes da morte de S. Policarpo. No entanto, as
referências às
epístolas de St. Inácio sugere que foi de facto escrita algures durante as
últimas décadas do segundo século D.C., pelo menos cerca de uma década
depois da
morte de Policarpo, se não mais tarde.
O Martírio de S. Policarpo é escrito em nome da "Igreja de Deus que estadia
em
Esmirna". Começa na forma de carta, mas o seu corpo principal é escrito na
forma
de uma história vulgar. Fala-nos do conto do martírio de S. Policarpo. Tal
como
a Epístola de S. Policarpo, foi escrita algures durante as últimas décadas
do
segundo século D.C. Infelizmente, não existe evidência de que tenha usado
quaisquer fontes de confiança para a sua história, apenas rumores e boatos.
De
facto, a história parece ser altamente ficcional. As referências a Jesus não
são
tiradas de qualquer fonte de confiança.
Assim, vimos que as epístolas usadas pelos missionários como "evidências"
são
tão ilegítimas como os evangelhos. Ainda assim, o leitor deve ter em atenção
as
traduções fáceis de entender do Novo Testamento, dado que elas chamam ás
epístolas "cartas", e portanto implicando incorrectamente que elas são na
verdade cartas escritas pelas pessoas das quais levaram o nome.
Agora, além dos livros do Novo Testamento, e além das epístolas relativas a
S.
Clemente, St. Inácio e S. Policarpo, há ainda mais um trabalho religioso
Cristão
que os Cristãos afirmam ser uma evidência histórica de Jesus, a saber, os
Ensinamentos dos Doze Apóstolos, também conhecido como o Didache. Todos os
outros primitivos trabalhos religiosos Cristãos ou são totalmente rejeitados
pelos modernos Cristãos ou pelo menos reconhecidos como não sendo fontes
primárias no que respeita a Jesus. O Didache começou como documento sectário
Judeu, provavelmente escrito durante o período de tumulto em c. 70 D.C. A
sua
forma primitiva consistia em ensinamentos morais e predições da destruição
da
corrente ordem mundial. Esta primeira versão, que obviamente não mencionava
Jesus, foi tomada pelos Cristãos, que o reviram e alteraram bastante,
adicionando uma história de Jesus e regras de culto para as primeiras
comunidades Cristãs. Os escolares estimam que a primeira versão Cristã do
Didache não poderia ter sido escrita muito depois de 95 D.C. Provavelmente

chegou à sua forma final por volta c. 120 D.C. Parece ter servido uma
comunidade
Cristã isolada na Síria como uma "Ordem da Igreja" durante o período c.
100 -
130 D.C. No entanto, não há evidências de que a sua história de Jesus tenha
sido
baseada em qualquer fonte de confiança, e como havemos mencionado, a
primitiva
versão Judaica não tinha nada a haver com Jesus. De facto, este documento
providencia informação de que o mito de Jesus cresceu gradualmente. Tal como
o
Evangelho segundo S. Marcos e as primeiras versões do Evangelho segundo S.
Mateus, a história de Jesus no Didache não faz menção de um nascimento de
uma
virgem. Não faz menção dos fantásticos milagres que foram mais tarde
atribuídos
a Jesus. Apesar de Jesus ser referido como "filho" de Deus, parece que este
termo é usado simbolicamente. A evidência que temos em relação à origem do
mito
da crucificação sugere que uma das coisas que levou a este mito era o facto
da
cruz ser o símbolo astrológico do Equinócio Vernal, que ocorre perto da
Passagem, quando se acredita que Jesus tenha sido morto. Assim, não é de
surpreender que a história no Didache não mencione Jesus a ser crucificado,
apesar de mencionar uma cruz no céu como símbolo de Jesus. Os doze apóstolos
mencionados no título do Didache não aparecem como doze reais discípulos de
Jesus, e o termo refere-se claramente aos doze filhos de Jacob que
representam
as doze tribos de Israel. Assim, o Didache providencia pistas vitais no que
respeita ao crescimento do mito de Jesus, mas certamente não providencia
qualquer evidência de um Jesus histórico.
Dado que nenhum dos textos religiosos Cristãos providencia nenhuma evidência
aceitável de Jesus, os missionários voltam-se a seguir para textos
não-Cristãos.
Os Cristãos afirmam que vários historiadores de confiança registaram
informação
acerca de Jesus. Apesar de alguns destes historiadores serem mais ou menos
aceites, veremos que não eles não providenciam qualquer informação acerca de
Jesus.
Primeiramente, os Cristãos afirmam que o historiador Judeu Flávio Josefo
registou informações acerca de Jesus no seu livro Antiguidades Judaicas
(publicado c. 93 - 94 D.C.) É verdade que este livro contém informações
sobre os
três falsos Messias, Yehuda da Galileia, Theudas e Benjamim, o Egípcio, e é
verdade que a personagem de Jesus parece ser baseada em todos eles, mas
nenhum
deles pode ser considerado como o Jesus histórico. Além do mais, no livro
dos
Actos dos Apóstolos, estas pessoas são mencionadas como sendo pessoas
diferentes
de Jesus, e assim o Cristianismo moderno rejeita alguma relação entre eles e
Jesus. Nas edições Cristãs revistas das Antiguidades Judaicas, há duas
passagens
que se referem a Jesus como está retractado nos trabalhos religiosos
Cristãos.
Nenhuma destas passagens são encontradas na versão original das Antiguidades
Judaicas, que foi preservada pelos Judeus. A primeira passagem (XVII,3,3)
foi
citada pela escrita de Eusebius em c. 320 D.C., e portanto podemos concluir
que
foi adicionada algures entre o tempo em que os Cristãos detiveram as
Antiguidades Judaicas e c. 320 D.C. Não é conhecido quando a outra passagem
(XX,9,1) foi adicionada. Nenhuma das passagens é baseada em qualquer fonte
de
confiança. É fraudulento afirmar que estas passagens foram escritas por
Flávio
Josefo, e que elas providenciam evidências para Jesus. Elas foram escritas
por
redactores Cristãos e são baseadas puramente na crença Cristã.
A seguir, os Cristãos apontarão para os Anais de Tácito. Nos Anais XV,44,
Tácito
descreve como Nero culpou os Cristãos pelo incêndio de Roma em 64 D.C. Ele
menciona que o nome "Cristãos" era originário de uma pessoa chamada
Christus,
que tinha sido executada por Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. É
certamente verdade que o nome "Cristãos" é derivado de Cristo ou Christus (=
Messias), mas a afirmação de Tácito de que ele foi executado por Pilatos
durante
o reinado de Tibério é baseado puramente nas afirmações feitas pelos
próprios
Cristãos e que apareciam nos Evangelho segundo S. Marcos, Evangelho segundo
S.
Mateus e Evangelho segundo S. Lucas, que já tinham tido extensa circulação
quando os Anais estavam a ser escritos (os Anais foram publicados depois de
115
D.C. e não foram certamente escritos antes de 110 D.C.) Portanto, embora os
Anais contenham uma frase na qual se fala de "Christus" como uma verdadeira
pessoa, esta frase foi puramente baseada em afirmações e crenças Cristãs,
que
são de nenhum valor histórico. É bastante irónico que os modernos Cristãos
usem
Tácito para suportarem as suas crenças dado que ele era o menos exacto de
todos
os historiadores Romanos. Ele justifica o ódio aos Cristãos dizendo que eles
cometiam abominações. Além de "Christus", ele também fala de outros deuses
pagãos como se eles realmente existissem. O seu sumário da História do Médio
Oriente no seu livro Histórias é tão distorcido que é ridículo. Podemos
concluir
que a sua única menção de Christus não pode ser tida como uma evidência de
confiança de um Jesus histórico.
Uma vez Tácito ser rejeitado, os Cristãos afirmarão que uma das cartas de
Plínio, o Jovem ao imperador Trajano providencia evidências de um Jesus
histórico (Cartas X,96.) Isto é um disparate. A carta em questão
simplesmente
menciona que certos Cristãos tinham maldito "Cristo" para evitarem serem
castigados. Não afirma que este Cristo realmente tenha existido. A carta em
questão foi escrita antes da morte de Plínio em c. 114 D.C., mas depois de
ele
ser mandado para Bitínia em 111 D.C., provavelmente no ano 112 D.C. Assim,
ela
providencia nada mais que uma confirmação do facto trivial de que à volta do
começo da décima segunda década D.C. os Cristãos normalmente não
amaldiçoavam
algo chamado "Cristo" apesar de alguns o terem feito para evitarem o
castigo.
Não providencia nenhuma evidência de um Jesus histórico.
Os Cristãos irão também afirmar que Suetônio registou evidências de Jesus no
seu
livro As Vidas dos Imperadores (também conhecido como Os doze Césares.) A
passagem em questão é Cláudio 25, onde menciona que o imperador Cláudio
expulsou
os Judeus de Roma (aparentemente em 49 D.C.) porque eles causavam distúrbios
contínuos instigados por um certo Chrestus. Se assumirmos cegamente que
"Chrestus" se refere a Jesus, então, se é que, esta passagem contradiz a
história Cristã de Jesus dado que Jesus era suposto ter sido crucificado
quando
Pôncio Pilatos era procurador (26 - 46 D.C.) durante o reinado de Tibério, e
além do mais, ele nunca foi suposto ter estado em Roma! Suetônio viveu
durante o
período c. 75 - 150 D.C., e o seu livro, As Vidas dos Imperadores, foi
publicado
durante o período 119 - 120 D.C., tendo sido escrito algum tempo depois da
morte
de Domiciano em 96 D.C. Assim sendo, o evento que ele descreve ocorreu pelo
menos 45 anos antes de ele ter escrito acerca disso, e assim não podemos ter
a
certeza da sua exactidão. O nome Chrestus é derivado do Grego Chrestos, que
significa "o bom" e não é o mesmo que Christ ou Christus que são derivados
do
Grego Christos, que significa "o ungido/Messias". Se tomarmos a passagem
pelo
seu valor nominal ela refere-se a uma pessoa chamada Chrestus que estava em
Roma
e que não tinha nada a ver com Jesus ou com qualquer outro "Cristo". O termo
Chrestos era bastantes aplicado para os deuses pagãos e muitas das pessoas
em
Roma chamados "Judeus" eram na verdade pessoas que misturavam crenças
Judaicas
com crenças pagãs e que não eram necessariamente de descendência Judaica.
Assim,
é também possível que a passagem se refira a conflitos envolvendo estes
"Judeus"
pagãos que adoravam um deus pagão (como Sebazios) de título Chrestos. Por
outro
lado, as palavras Chrestos e Christos eram muitas vezes confundidas, e assim
a
passagem poderia até referir-se a algum conflito envolvendo Judeus que
acreditavam que alguma pessoa era o Messias, mas esta pessoa poderá ou
poderá
não ter estado realmente em Roma, e por tudo o que sabemos, ele poderá não
ter
sido uma verdadeira personagem histórica. Deve-se ter em memória que o
evento
descrito teve lugar só alguns anos após a crucificação do falso Messias
Theudas
em 44 D.C. e que a passagem pode-se referir aos seus seguidores em Roma. Os
Cristãos afirmam que a passagem se refere a Jesus e aos conflitos que
nasceram
depois de S. Paulo ter trazido notícias dele a Roma, e que Suetônio apenas
se
enganou acerca do próprio Jesus ter estado em Roma. No entanto, esta
interpretação é baseada na crença cega em Jesus e nos mitos acerca de S.
Paulo e
não há nada que sugira ser esta a correcta interpretação. Assim, podemos
concluir que Suetônio também falha em providenciar qualquer evidência de um
Jesus histórico.
Todos os outros escritores que mencionam Jesus, desde S. Justino, o Mártir
no
segundo século D.C. aos últimos intérpretes do mito Cristão no século vinte,
basearam todos as suas referências a Jesus nas fontes que desacreditamos
acima.
Consequentemente, as suas pretensões são de nenhum valor como evidências
históricas. Ficamos então com a conclusão que de que não há absolutamente
nenhumas evidências históricas de confiança e aceitáveis. Todas as
referências a
Jesus são derivadas das crenças supersticiosas e mitos da primitiva
comunidade
Cristã. A maioria destas crenças apenas apareceram após a perseguição de
Nero e
a tragédia de 70 D.C. Muitas destas crenças são baseadas nas lendas pagãs
acerca
dos deuses Tammuz, Osíris, Attis, Dioniso e o deus sol Mithras. Outros mitos
acerca de Jesus parecem ser baseados em diferentes e variadas personagens
históricas tais como os criminosos condenados Yeishu ben Pandeira e ben
Stada, e
os falsos Messias crucificados Yehuda, Theudas e Benjamim, mas nenhuma
destas
pessoas pode ser considerada como um Jesus histórico.
FURTHER READING

1) J.  Allegro, _The Dead Sea Scrolls and the Christian Myth _, Prometheus
Books, reprinted 1991.  (Examines how ancient myths were misused by the
early church and misrepresented as history.)

2) J.  Campbell, Occidental Mythology, Penguin Books, reprinted 1985.  (An
exposition of religious mythology in western civilization.  Includes
important evidence concerning the borrowing of pagan myths by Christianity.)

3) E.D.  Cohen, The Mind of the Bible-Believer, Prometheus Books, reprinted
1991.  (Uncovers the psychological ploys around which the New Testament is
built and exposes the adverse effects of Christian fundamentalism.)

4) R.  Helms, Gospel Fictions, Prometheus Books, reprinted 1991.  (Exposes
the gospels as being largely fictional documents composed as a culmination
to an extensive mythological tradition.)

5) S.  Levine, _You Take Jesus and I'll Take God:  How to Refute Christian
Missionaries_, revised edition, Hamoroh Press, Los Angeles, 1980.  (Exposes
the tricks used by missionaries and the misquotations of the Tanach in the
New Testament.)

6) J.M.  Robertson, A Short History of Christianity, 2nd Ed., Watts & Co.,
London 1913.  (One of the first serious academic investigations into the
origins of Christianity.  Exposes the elements of the Jesus story borrowed
from pagan myths.)

7) The Talmud, should be compulsory reading for all Jews although it is
unfortunately neglected in modern times!

" END-

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