quinta-feira, 1 de novembro de 2007

carreira vs. vidas pessoal - a consciliação das duas se faz essencial

É possível conciliar vida profissional e pessoal

Por Marcos Burghi

São Paulo, 01 (AE) - Embora sempre haja quem cite de bate-pronto duas ou três exceções, a principal regra para o sucesso profissional ainda é transformar esforço e dedicação em resultados. Nessa busca pelo bom desempenho, muitos trabalhadores deixam de lado a vida pessoal, mas especialistas dizem que, com certos cuidados, é possível atingir o objetivo sem abdicar do convívio familiar e do lazer.

Para Camila Mariano, consultora de Recursos Humanos da Catho Online, a primeira tarefa é definir claramente objetivos pessoais e profissionais e reservar tempo para ambos.

A consultora recomenda que, feito isso, as divisões sejam respeitadas e, principalmente, aproveitadas. Segundo ela, o tempo dedicado ao trabalho deve ser utilizado para que os esforços se convertam em resultados para a equipe e para a empresa. Da mesma maneira, observa, a pessoa deve desfrutar ao máximo os momentos de lazer em família ou com os amigos.

Para quem não acredita na possibilidade, Camila esclarece que se a pessoa direcionar corretamente seus esforços no trabalho poderá mostrar ou colaborar para resultados em seu horário normal de expediente, sem ter de prolongar a permanência na empresa.

Ela também lembra que horas extras significam mais custo para as empresas, o que pode levar a uma avaliação de deficiência de desempenho do funcionário.

A consultora reconhece que há momentos que o equilíbrio pode ser quebrado, mas também de forma planejada e por tempo determinado. Caso o empregado almeje promoção, lembra, terá de mostrar o máximo de dedicação, o que talvez tenha de traduzir-se em horas diárias a mais de labuta. O inverso, diz, também pode acontecer. Uma mulher que esteja grávida pode diminuir seu ritmo em função do futuro bebê, sem que seja vista como funcionária de menor capacidade.

Caso o empregado saiba algumas de suas tarefas de antemão deve planejar a execução de forma a aproveitar melhor o tempo, recomenda Camila. "As empresas preferem quem traga resultados no período normal de trabalho."

TODOS OS LADOS - Para o psicólogo José Roberto Leite, especialista em medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para a pessoa ter êxito, ela deve gerenciar diversos aspectos da própria vida. O profissional é apenas um entre tantos outros. Leite informa que também são fundamentais os cuidados com o organismo e com o lado psicológico, com controle sobre as reações, principalmente aquelas que levam ao estresse. Ele observa que a dedicação à vida profissional deve andar acompanhada de momentos voltados ao convívio pessoal. "Se uma delas for tratada com mais importância, a outra vai perder", garante. Na opinião dele, os objetivos profissionais devem estar claros. Ele acredita que todos podem sonhar, mas sem exageros e que progresso é importante, desde que não traga problemas.

BOXE 1: APROVEITE O MELHOR DO SEU TEMPO

A consultora de Recursos Humanos Camila Mariano e o psicólogo José Roberto Leite dão a receita para conciliar vida pessoal e vida profissional sem sofrimento.

1 - Defina claramente seus objetivos, tanto os pessoais como os profissionais.

2 - Organize o tempo que pretende gastar na conquista de suas metas.

3 - Depois de estabelecer os objetivos dedique-se ao máximo a cumprir o caminho até atingi-los.

4 - Saiba separar vida pessoal e vida profissional. Lembre-se que nem todos seus colegas de trabalho são seus amigos.

5 - Fique atento para definir possíveis momentos em que

possam ocorrer desequilíbrios entre o trabalho e a vida pessoal. Não deixe de ter claro que as descompensações são

temporárias.

6 - Conheça a si mesmo melhor por meio de exercícios de

relaxamento e meditação, que podem ser feitos num final

de tarde.

7 - Faça uma análise crítica de sua forma de ver as coisas. Muitas vezes certos problemas são frutos da maneira como vemos as coisas e não de situações reais.

8 - Não defina sua conduta em função do que os outros possam pensar.

9 - Trace um plano de ação e ponha-o em prática.

Qui, 01 Nov, 01h41

É preciso saber dosar

Por Marcos Burghi

São Paulo, 01 (AE) - A consultora de carreiras Carmelina Nickel, de 52 anos, atribui ao fato de amar sua profissão a disposição com que exerce seu trabalho e consegue, também, ter uma vida pessoal completa, no papel de mãe, amiga e cidadã, como ela mesma diz. Carmelina admite que tem um trabalho tenso, já que trata do futuro das pessoas, mas garante que sabe dosar as energias sem deixar de lado os resultados.

Com expediente regular das 8h às 18h30, de segunda a sexta, ela conta que não deixa de fazer hora extra se necessário, mas de forma alguma é adepta a jornadas longas de trabalho diárias. "Quem não consegue resolver suas pendências no período normal de trabalho, dificilmente conseguirá solucioná-los em extras", acredita.

Ela observa, também, que desempenha melhor suas tarefas profissionais quando cumpre com todas as funções de sua rede pessoal de relacionamentos. Carmelina diz que os períodos de lazer aos quais se dá o direito ajudam no seu papel de consultora. "Sinto-me melhor, por isso tenho desempenho de maior qualidade", afirma. Entre os programas que definiu, reserva três dias da semana para almoço com amigos ou ex-clientes.

Divisão de tarefas - Ela conta que, se recebe a incumbência de preparar um material para apresentação às pressas sobre um assunto que não domina, não tem problemas em argumentar quando um colega pode estar em melhores condições de fazê-lo. Carmelina justifica que se tiver um desgaste, por exemplo, de varar a madrugada, no dia seguinte certamente não cumprirá bem a tarefa. "Não tenho problema em abrir o jogo."

A consultora afirma que muitas pessoas, por serem egoístas, não se respeitam, ou simplesmente por medo, se tornam submissas e, por conta do trabalho, perdem a capacidade de exercer seus demais papéis sociais. Segundo ela, cada profissional precisa ter clareza sobre suas competências, sobre como agrega valor ao mercado e, claro, a melhor forma de comunicar as próprias qualidades.

A receita, porém, não é tão simples de ser executada. Ela admite a necessidade de maturidade profissional, que só vem com o tempo.

Para relaxar, Carmelina conta que faz academia três vezes por semana, acaba de concluir um curso de ceramista e traz no currículo, inclusive, um curso de palhaço. Mãe de dois filhos, de 26 e 28 anos, ela diz que eles herdaram suas práticas. "Acho que é genético", brinca.

BOXE 1: FLEXIBILIDADE, OPÇÃO DE MELHOR RENDIMENTO

As grandes empresas se preocupam com o bem-estar dos funcionários. A afirmação é de Sidnéia Palhares, gerente de Recrutamento e Seleção da Gelre Recursos Humanos. A tese da executiva encontra comprovações no mercado. A IBM Brasil mantém diversos programas com vistas à qualidade de vida de seus empregados.

De acordo com Fabiana Galetol, gerente de Clima Organizacional e Diversidade da empresa, as principais são as chamadas opções de flexibilidade. Uma delas é o "home office", em que a empresa monta um escritório na casa do funcionário. "Evita que ele enfrente o trânsito e o deixa mais perto da família", justifica.

A empresa oferece também o "horário deslocado". Fabiana explica que o expediente normal vai das 8h às 17h, com opções de entradas e saídas uma hora mais tarde até o limite das 11h às 20h.

A gerente conta que a mudança pode ser feita em um ou mais dias, porque o que se mede é o rendimento do funcionário e não o tempo que ele permanece no escritório.

Fabiana lembra também da "semana comprimida", que permite ao trabalhador ausentar-se um dia da semana para alguma atividade educacional. "Problemas pessoais também são avaliados", afirma a gerente.

Outra alternativa é a "licença sem vencimentos", por meio da qual o funcionário pode ausentar-se durante três anos, sem receber salários, mas com o emprego assegurado. Segundo a gerente, cerca de 8,5 mil funcionários da empresa, 70% do total que a companhia mantém no Brasil, estão aptos a participar dos programas. As iniciativas só não valem para trabalhadores terceirizados e estagiários.

De acordo com Fabiana, todas as práticas são acompanhadas pelos gerentes das áreas, que devem avaliar os resultados da equipe. "Tudo está baseado na maturidade da pessoa", observa. As regras para participação nas políticas são definidas entre o profissional e seu gerente. "Partimos do pressuposto de que deve haver confiança nas equipes."

Qui, 01 Nov, 01h50

Dicas para amenizar o estresse

Por Adriana Bifulco e Equipe AE

São Paulo, 31 (AE) - As preocupações e responsabilidades do dia-a-dia favorecem o estresse de forma intensa. E driblá-lo é uma missão difícil, quase impossível. Mas segundo a psicóloga Genilda Garcia Calvoso (*), é preciso, sim, tentar deixar o estresse de lado e cuidar melhor de si próprio. "Vivemos uma era de competitividade, o que propicia o estresse. Só combate o estresse quem percebe. Quem não percebe, não nota o desequilíbrio das relações afetivas, sociais e de trabalho, não consegue expressar sentimentos e descontrola os impulsos."

De acordo com Genilda, uma forma de combater o estresse é cuidar bem de si. "Se a pessoa não se cuida não sabe administrá-lo. Na prática, vivenciamos as conseqüências por não percebermos que precisamos cuidar da gente."

Já Cristiano Nabuco de Abreu, psicólogo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o estresse e a maior parte dos transtornos psiquiátricos começam quando a pessoa evita seus próprios sentimentos. "É importante manter a honestidade e a transparência com as emoções pessoais. O objetivo último da psicoterapia é ser honesto consigo mesmo", afirma.

Os especialistas em meditação, no entanto, defendem que a mente também deve ser "massageada" para driblar a correria e o desgaste do dia-a-dia. Para isso, Jaqueline Weigel dá algumas dicas para viver em equilíbrio:

- Tome água fresca o máximo que puder para tirar as toxinas do seu corpo e fazer com que seu cérebro funcione melhor;

- Alongue-se para tirar as toxinas dos seus músculos;

- Transpire uma vez ao dia para regenerar a pele;

- Vista suas melhores roupas para comemorar o ano que está chegando ao fim;

- Treine sua mente, a controle;

- Lembre-se de que o estresse tem grande responsabilidade

sobre as doenças;

- Não saia do seu foco;

- Tente comprar somente à vista;

- Em hipótese alguma reclame;

- Faça orações todos os dias e dedique um tempo a ouvir o silêncio;

- Sorria pela manhã e evite ambientes desfavoráveis;

- Respire quando ficar ansioso, reflita e depois tome uma atitude;

(*) Genilda Garcia Calvoso é mestre em psicologia clínica e em saúde pública da Universidade de São Paulo (USP), coordenadora do serviço de psicologia hospitalar da unidade Morumbi do Hospital São Luiz, supervisora do pronto socorro do Hospital do Servidor Público Municipal Vergueiro e coordenadora do serviço de psicologia hospitalar da unidade Morumbi do Hospital São Luiz.

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